Hidratação constante e ambiente umidificado afastam os riscos de contrair doenças respiratórias nesta época do ano.
Natal (RN), 29 de janeiro de 2015 – O nariz aquece, umidifica e filtra o ar. A poluição, o clima seco e as altas temperaturas, quando somadas, formam uma equação perfeita para o aumento do índice de infecções respiratórias e pneumonias. Os cuidados com a saúde no verão não se limitam ao uso de protetor solar e ingestão frequente de líquidos.
Os portadores de doenças crônicas devem ter cuidado especial. As crises de asma, por exemplo, com a diminuição das infecções virais, são provocadas por outros fatores, como as variações de temperatura, odores fortes, pólen, fungos, ácaros, e até o pelo de animais. Sinusite, faringite, amidalite podem ser algumas das consequências das variações climáticas. “O tempo seco e a baixa umidade relativa do ar permitem que os poluentes permaneçam mais tempo em suspensão no ar, um fator aditivo que afeta o nosso sistema imunológico e contribui para causar desconforto respiratório na população em geral”, conta o otorrinolaringologista da Hapvida, João Paulo Lins Tenório.
Um herói que também pode ser um vilão é o descongestionante nasal. “Muitas vezes a causa do problema é o próprio remédio, pois o descongestionante é apenas uma solução temporária e provoca efeito rebote. Ou seja, o problema vai, mas volta em seguida. Existe até uma rinite específica que é chamada de rinite medicamentosa. Além disso, o seu uso em excesso provoca taquicardia e pressão alta.” alerta João Paulo. “Ao utilizar o remédio, pingue apenas de um lado, até que o outro se normalize; só então passe para a outra mucosa”.
O ar-condicionado, aliás, preocupa porque passa a ser utilizado continuamente devido ao aumento das temperaturas. Ele deixa as vias aéreas mais vulneráveis, pois resseca o muco protetor. Além disso, se o aparelho não for higienizado adequadamente, favorece a proliferação de ácaros, fungos, mofo e bactérias que se acumulam nos ductos do aparelho e se proliferam no ar. Eles podem invadir as vias aéreas criando lesões inflamatórias/infecciosas, como as pneumonias ou alergias.
Quando o nariz está entupido, respiramos pela boca, que não possui as mesmas armas de filtro do ar que o nariz apresenta. Isso provocará um ressecamento da mucosa oral, podendo aumentar o mau hálito e expor o corpo a um quadro maior de infecções e inflamações, como amidalite e faringite. O especialista destaca também que a obstrução nasal pode levar a um aumento da pressão nos seios da face, ocasionando dores de cabeça e desconforto na região dos olhos, o que prejudica as funções cognitivas e gera estresse.
Prevenção
Uma medida interessante de prevenção é lavar diariamente também o nariz com soro fisiológico, mesmo quando ele não está doente. “Esse costume não só ajuda a limpá-lo de impurezas e secreção como combate mal-estar e doenças de ouvido ou garganta, mantendo o bom funcionamento das vias nasais,” explica o otorrinolaringologista.
João Paulo conta que o nariz é a porta de entrada do ar carregado de partículas do meio ambiente. "O nariz ajuda a aquecer, umidificar esse ar e reter as partículas irritantes. É o grande filtro", diz. Rinite, bronquite e asma são respostas alérgicas a antígenos que entram em contato com a mucosa das vias aéreas tanto superiores (nariz) quanto inferiores (traqueia e brônquios), e permanecem em contato com elas durante um tempo.
Para os que apresentam quadros alérgicos ou crises de asma no verão são importantes algumas medidas simples, como limpar a casa sem levantar poeira, ficar longe de odores e perfumes fortes e de animais podem evitar muita dor de cabeça - literalmente.
Dicas:
- Manter as mucosas sempre hidratadas com ingestão de muito líquido. O aconselhável é três litros de água nos dias muito quentes. Muitos alimentos já têm uma boa quantidade de água e ajudam a hidratar;
- Limpar a casa com pano úmido tirando o acúmulo do pó das superfícies, como o criado-mudo ao lado da cama, por exemplo;
- Idosos e crianças exigem atenção dobrada, pois a mucosa deles resseca rapidamente. O metabolismo do idoso cai com a idade e as crianças gastam muita energia, o que contribui para a perda de umidade. Nem sempre eles pedem água ou dizem estar com sede. Oferecer líquidos com frequência é importante.
Via Blog de Raimundinho Duarte
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