Governador eleito admite preocupação com a folha

Sara Vasconcelos 

Repórter 

O governador eleito Robinson Faria assume na próxima quinta-feira, dia 1º, sem saber o tamanho exato das dívidas que poderá herdar da atual gestão. Até ontem, quando concluiu a lista e realizou a primeira reunião geral com o novo secretariado, os dados sobre restos a pagar, dívidas e a disponibilidade financeira não havia sido repassada pelo Governo Rosalba, segundo afirmou o governador eleito. A falta de informações mediante a crise instalada nas finanças do Estado é, admite Faria, causa de preocupação com o pagamento da folha do funcionalismo público.

 

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“A preocupação vem da dificuldade do Governo em pagar a folha neste final de ano. E não sabemos o que já foi pago, o que tem em restos a pagar, porque o Governo não nos repassou”, frisou. Dados como a previsão de arrecadação do mês de janeiro, convênios firmados, o que será quitado ou não da folha de pagamento de dezembro e o que há em disponibilidade para janeiro deverá ser conhecido somente após a posse. “Quando assumirmos é que esperamos ter acesso as informações que não chegaram à equipe de transição, sobretudo de financeiro”, disse. 

O governador eleito preferiu não antecipar quais medidas estão sendo estudadas para evitar atrasos no pagamento dos servidores a partir de janeiro, mas garantiu que irá colocar a folha de pagamento em dia e “sem fracionamentos”. Desde agosto do ano passado, devido a falta de recursos o pagamento tem sido divido em duas datas – dia 30 e o dia 10 do mês seguinte. 

No primeiro encontro com os auxiliares antes da posse, o governador eleito repassou a cada pasta os relatórios elaborados pela equipe de transição e determinou que cada secretário elabore um plano de metas para os próximos quatro anos, a ser apresentado já na primeira reunião geral prevista para ocorrer a cada dois meses. “Só acredito em governo que tem planejamento e vou cobrar as metas, sugerir e me reunir a cada dois meses para avaliarmos o cumprimento destas metas. O ultimo planejamento foi no Governo de Cortez Pereira, na década de 1970”, afirma. 

Entre as chamadas “medidas duras”, o pessedista cita os cortes em gastos com diárias, carros e da rigidez no usos do recurso público. O futuro secretário de Planejamento e das Finanças, Eurípedes Balsanufo Melo, disse que espera tomar posse para conhecer real situação que encontrará pela frente. O sucessor de Obery Rodrigues afirmou que prefere “acreditar que a atual governadora está cumprindo o estabelecido em Lei, que é o pagamento do funcionalismo”. Caso o pagamento não seja efetuado até amanhã (31), a folha passará a ser, de fato, uma “preocupação”, segundo Melo. “A partir do não pagamento é que iremos tratar com a consultoria jurídica as medidas cabíveis. Mas não há ainda um desequilíbrio da folha”, afirmou. 

Entre os desafios, o secretário espera a cooperação dos colegas na construção de caminhos para recuperar a capacidade de investimento e geração de emprego. “Sabemos desde já é que a qualidade dos gastos passará a ser prioridade da pasta”, disse. Além da reunião bimestral com o secretariado, o próximo Governo pretende realizar reuniões mensais com os presidentes dos Poderes Legislativo e Judiciário. 

Segurança deverá apresentar plano emergencial 

A “primeira resposta” à sociedade da gestão Robinson Faria deverá vir da área de segurança Pública, eleita pelo próximo governador como prioridade da gestão. Em reunião foi realizada na manhã de ontem com a nova secretária de Segurança e Defesa Social, Kalina Leite, os comandantes das Polícias Militar, Civil e do Corpo de Bombeiros, Robinson Faria determinou a elaboração de um plano emergencial e estratégico para o setor. 

“Precisamos restabelecer a sensação de tranquilidade, segurança do potiguar. Esta será a primeira resposta que será apresentada por este Governo”, disse. Hoje o RN é o Estado mais perigoso do país para viver”, afirmou a delegada que foi escolhida para assumir a Secretaria de Defesa Social. 

A nova secretária da SESED, a delegada Kalina Leite, afirmou que a primeira medida será aumentar o número de policiais nas ruas, seja por meio da convocação de aprovados em concurso, seja pelo aumento das horas extras trabalhadas pelo atual efetivo. 

Secretário vai renegociar dívidas na Saúde 

A renegociação de dívidas com empresas de terceirização de mão de obra para prestação de serviços em Hospitais do Estado será a primeira medida adotada pelo novo secretário de saúde pública do Estado, o médico Ricardo Lagreca, ao assumir o cargo. Lagreca afirma que o secretário Luiz Roberto Fonseca repassou as informações, mas os dados precisam ser finalizados. O que preocupa são as dívidas das empresas prestadoras de serviços terceirizados. 

A renegociação deve ser a primeira medida, para promover a manutenção dos serviços. “Para promover a tranquilidade na rede de hospitais, a questão da terceirização deve receber a primeira atenção”. A estimativa é que o débito com estas empresas some R$ 10 milhões. 

O educador Francisco das Chagas que comandará a pasta da educação, afirmou que a política será de “continuidade dos processos”. O governador eleito anunciou ontem projetos com a implantação do Pronatec estadual e melhorias no ensino médio que amarga o segundo pior índice do IDEB no país.

Via Blog do JBelmont