terça-feira, 30 de setembro de 2014

'Não viu', diz advogado de professor que arrastou corpo por 13 km no RN

Segundo a polícia, corpo foi arrastado por 13 quilômetros  (Foto: Francisco Coelho/Focoelho.com) 
Professor admite ter arrastado corpo por 13
quilômetros 
(Foto: Francisco Coelho/Focoelho.com)

Apresentou-se à polícia no final da tarde desta segunda-feira (29) o professor que arrastou embaixo do carro - por 13 quilômetros - o corpo de um homem atropelado no interior do Rio Grande do Norte. A defesa pede que o nome dele não seja revelado, pois tem receio de retaliações. Contudo, garante que "não houve intenção alguma de atropelar, deixar de prestar socorro, muito menos de fugir do local do acidente". Em contato com o G1, o advogado Frederico Bernardo afirma que o professor percebeu um pessoa no meio da pista, que realmente chegou a bater nela, mas que não parou por ter sentido a pancada leve e que temeu se tratar de alguém tentando bloquear a estrada para cometer assaltos. "Ele não viu o corpo embaixo do carro", garante.

O acidente aconteceu na última sexta-feira (26) na RN-118, no Vale do Açu. Por volta das 23h, o professor trafegada pela região conhecida como Bico de Pato, na zona rural da cidade de Ipanguaçu, quando alega ter sentido uma pancada leve no carro. Com medo de assalto, ele prosseguiu. Também disse ter notado algo estranho com o carro, mas que continuou dirigindo pensando que era algum problema mecânico no veículo. "Ele ficou com medo de parar para ver o que era com medo de sofrer algum assalto, então seguiu adiante para pedir ajuda ao irmão, que mora em Assu. Do local em que estava até chegar na residência do irmão dele, são quase 13 quilômetros", ressaltou o advogado.

Frederico disse também que o professor está se recuperando bem do trauma que sentiu ao descobrir o corpo sob o automóvel. "Quando ele parou o carro, o irmão saiu de casa para recebê-lo. Quando ele deu uma ré, foi que eles viram que havia um corpo embaixo", acrescentou.

Após ouvir o depoimento do professor, o delegado Delmontiê Falcão disse que ainda não é possível precisar o que vai acontecer. Ele prefere aguardar a perícia que será feita no veículo. "Somente depois do laudo é que vou poder decidir como o professor responderá pelo homicídio, mas é bem provável que ele seja indicado por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar", observou.

O advogado, no entanto, ressalta que também existe a possibilidade de o professor sequer ser indiciado, pois a vítima, mesmo tendo sido atropelada, pode ter sido a responsável pelo acidente. "Ele pode ter ido para o meio da pista. É um local muito escuro, sem sinalização e sem iluminação", ponderou.

Versão da PM
De acordo com o major Assis Santos, comandante da Polícia Militar na região, dois irmãos estavam em uma bicicleta quando foram atingidos pelo carro do professor, um Fiesta. "Além de ter fugido, ele ainda arrastou um dos corpos até a cidade de Assu, que fica a 13 quilômetros do local do atropelamento", afirmou. A outra vítima, que ficou na pista, foi socorrida ao hospital pelo Samu.

O irmão que foi socorrido chama-se José Salviano da Silva. “Ele teve uma fratura na perna e não corre risco de morte”, informou o major. Já o que morreu, foi identificado como Francisco Salviano da Silva, de 47 anos.

Ainda de acordo com o oficial, os parentes do professor ficaram apavorados quando perceberam o corpo sob o veículo e chamaram a polícia. "Fomos ao local, mas o professor não estava mais lá. O Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) foi à residência e removeu o corpo para perícia em Natal", explicou.

Do G1 RN / Via Blog Comunicador Efectivo

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