Via Tribuna do Cabugi
Lira recebeu 302 votos, mais que o dobro do segundo colocado, Baleia Rossi (145 votos) e mais que a metade dos 505 votantes. Com isso, a vitória foi definida já no primeiro turno.
Líder dos partidos do Centrão, que fazem parte da base do governo na Câmara, o deputado tinha o apoio do Palácio do Planalto. O resultado representa uma vitória política do presidente da República, Jair Bolsonaro, que trabalhava para ter um aliado no comando na Casa.
Além de definir as pautas de votação do plenário, o presidente da Câmara tem a prerrogativa de decidir, sozinho, se abre ou não um processo de impeachment para afastar o presidente da República.
O placar final da votação ficou assim:
Arthur Lira (PP-AL): 302 votos;
Baleia Rossi (MDB-SP): 145 votos;
Fábio Ramalho (MDB-MG): 21 votos;
Luiza Erundina (PSOL-SP): 16 votos;
Marcel Van Hattem (Novo-RS): 13 votos;
André Janones (Avante-MG): 3 votos;
Kim Kataguiri (DEM-SP): 2 votos;
General Peternelli (PSL-SP): 1 voto;
Em branco: 2 votos.
No primeiro discurso como presidente, Arthur Lira defendeu a vacinação da população contra a Covid-19 e o equilíbrio nas contas públicas.
"Temos que examinar como fortalecer nossa rede de proteção social. Temos que vacinar, vacinar, vacinar o nosso povo. Temos que buscar o equilíbrio das nossas contas públicas", disse Arthur Lira.
Lira afirmou ainda que irá procurar o também recém-eleito presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para articular a votação de uma pauta emergencial.
"Irei propor ao novo presidente do Senado, neste caso já eleito também, o senador Rodrigo Pacheco, de Minas Gerais, a quem parabenizo, uma ideia geral, que chamo de pauta emergencial, vejam bem, pauta emergencial, para encaminharmos os temas urgentes", afirmou.
O presidente da Câmara também ocupa o segundo lugar na linha de sucessão da Presidência da República. Na hipótese de Bolsonaro e o vice, Hamilton Mourão, estarem fora do país, quem comandará o Planalto será Lira.
O principal adversário do novo presidente na disputa foi Baleia Rossi (MDB-SP) – candidato do agora ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tentava emplacar um sucessor. Ao todo, nove candidatos se inscreveram na eleição.
Lira foi eleito com o apoio de 11 partidos: PP, PL, PSD, Republicanos, Avante, PROS, Patriota, PSC, PTB, PSL e Podemos.
O deputado do PP ainda contou com ajuda extra do governo, que entrou de cabeça nas negociações para elegê-lo. Adversários acusaram o Executivo de liberar, em troca de votos, recursos adicionais para parlamentares aplicarem em obras em seus redutos eleitorais.
Bolsonaro também sinalizou que poderia recriar ministérios para acomodar indicações dos partidos que apoiaram Lira, descumprindo a promessa feita na campanha de 2018 quando prometeu uma Esplanada com 15 ministérios. Hoje, já são 23. Depois, diante da repercussão negativa, o presidente voltou atrás e negou a intenção de reabrir pastas.
Questionado sobre o impacto da atuação do Planalto na eleição, Lira negou interferência do Planalto e disse que ninguém “influi” na Presidência da Câmara.
Desde o ano passado, Lira já vinha articulando nos bastidores a sua candidatura. O lançamento oficial foi em dezembro, dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) negar a possibilidade de Maia disputar a reeleição no mesmo mandato.
Em janeiro, o parlamentar intensificou a campanha e fez um giro por vários estados do país, onde se reuniu com parlamentares e governadores – que poderiam ajudar no convencimento de deputados a seu favor.
G1
Não há designação mais apropriada do “Balcão de Negócios” para expressar a compra de votos para eleição de Lira e Pacheco na Câmara.
ResponderExcluirO fascista Bolsonaro que jurou de pés juntos por tudo quanto é santo que sepultaria a chamada “velha política”, comprou com dinheiro público a eleição de seus comparsas, Lira e Pacheco, que certamente farão do parlamento federal um puxadinho do Palácio do Planalto, submetendo a pauta legislativa ao presidente da República.
Bolsonaro que já aparelhou quase todo o Estado em benefício próprio, agora tem nas mãos também a Câmara dos Deputados e o Senado, passando assim a controlar o Poder Legislativo.
Para implantação de uma nova ditadura no Brasil, falta apenas o controle do STF.
Com as vindouras aposentadorias dos ministros Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber, Bolsonaro indicará aliados para as vagas, passando assim a controlar os três Poderes da República.
Estamos assistindo ao esfacelamento gradual da nossa democracia, que desfalece em estado moribundo.
Mas Bolsonaro não tarda por esperar.
Quem compra votos de deputados do Centrão vende a alma para o diabo.
É como disse o deputado Kim Kataguiri, logo após Arthur Lira ser eleito:
"Se prepara, Bolsonaro, sua hora vai chegar. Você vai aprender que quando se vende a alma ao demônio, o capeta cobra com juros e correção monetária".