terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Sinal Fechado: George Olímpio revela que José Agripino pediu R$ 1 milhão em propina

Senador José Agripino Maia

Na delação premiada do empresário George Olímpio, no processo da operação “Sinal Fechado”, o senador José Agripino Maia (DEM) aparece como suposto beneficiário do esquema criminoso, através de recebimento de propina.

A revelação foi feita neste domingo (22) pela reportagem do Fantástico, da Rede Globo, apresentada pelo repórter Maurício Ferraz.

A matéria exibiu o depoimento de George Olímpio ao Ministério Público, em que são citados além de Agripino, os ex-governadores Wilma de Faria (PSB) e Iberê Ferreira de Souza (PSB), o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira (PMDB), entre outros envolvidos.

Conforme revelou George Olímpio, em gravação exibida pelo Fantástico, Agripino teria pedido R$ 1 milhão de propina para ajudar na campanha eleitoral de 2010. Esse valor, segundo Olímpio, seria uma forma de recompensar a ajuda que o esquema criminoso deu para a campanha eleitoral de Iberê, que foi candidato à reeleição em 2010.

Olímpio revelou que deu R$ 200 mil e prometeu entregar mais R$ 100 mil. Em seguida, segundo ele, o senador sugeriu que era preciso repassar mais R$ 700 mil para completar R$ 1 milhão. Ao final, disse Olímpio, foram repassados R$ 1.150 milhão.

Ouvido pelo Fantástico, por telefone direto dos Estados Unidos, onde descansa, José Agripino confirmou que conhece George Olímpio: “ele é parente de amigos nossos.” Disse também que recebeu Olímpio em seus apartamentos de Brasília e Natal, mas negou que tenha recebido propina ou feito pedido de R$ 1 milhão.

“Nunca pedi nenhum dinheiro, nenhum valor. Inclusive, George disse isso em cartório. Portanto, isso é uma infâmia, uma falta de verdade.”

Como tem foro privilegiado, devido o mandato de senador, a Procuradoria-Geral de Justiça do Estado encaminhou todo o material para a Procuradoria-geral da República. Caberá ao procurador Rodrigo Janot abrir a investigação contra Agripino Maia.

LAURO MAIA

A reportagem revela que o esquema criminoso começou na gestão de Wilma de Faria. Ela seria beneficiada com proprina paga pelo Consórcio Inspar, que iria explorar os serviços de inspenção veicular no Rio Grande do Norte.

Segundo o depoimento de George Olímpio, a ex-governadora receberia R$ 15,00 por cada contrato, o que daria em média R$ 75 mil por mês.

A negociação teria sido feita pelo advogado Lauro Maia, filho de Wilma. O esquema teve sequência na gestão de Iberê, que assumiu o governo quando Wilma saiu para ser candidata ao Senado Federal em 2010.

Lembrando que Lauro Maia já é condenado a 16 anos de prisão por ter liderado, segundo a Justiça Federal, um esquema criminoso que desviou R$ 36 milhões da saúde pública do RN, no que ficou conhecido como "Operação Higia"..

Wilma e Lauro, em resposta ao Fantástico, negaram qualquer participação no esquema. Os dois respondem processo a partir de denúncia oferecido pelo Ministério Público Estadual.

No caso do presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira, a reportagem repetiu o que foi notícia na imprensa potiguar, a partir da denúncia oferecida pelo MP na última sexta-feira, 13.

Segundo a denúncia, Ezequiel teria recebido 300 mil reais em propina para trabalhar na Assembleia Legislativa a aprovação do projeto de inspeção veicular. O projeto foi aprovado sem passar em nenhuma comissão temática.

Ezequiel também jura inocência.

Jornal de Fato de Mossoró/RN

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