Igreja repudia capa da Placar que mostra Neymar como Jesus Cristo
Capa da revista Placar Reprodução
BRASÍLIA – A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta sexta-feira uma nota de repúdio sobre o uso de uma foto do jogador de futebol Neymar, do Santos, como Jesus Cristo na cruz, na capa da “Revista Placar”, em sua edição de outubro. A foto, divulgada na quarta-feira, não agradou à entidade. Dom Leonardo Steiner, secretário geral da CNBB, afirmou hoje que a entidade não irá tomar nenhuma medida sobre a escolha da publicação, mas que decidiu manifestar repúdio.
- Uma capa desse estilo é uma agressão à liberdade da torcida – disse d. Steiner. – Nossa preocupação é não deixar passar em branco – afirmou o secretário da CNBB.
Steiner afirmou que a CNBB identificou que foto é uma montagem, e que não sabe Neymar tinha consciência de como a revista iria usar sua imagem e concordou com a escolha da revista.
Em nota, a Confederação afirma que a fotomontagem causou “profunda indignação” e extrapolou os limites da liberdade de expressão. Eles afirmam também que o uso da imagem mostra desrespeito.
“Reconhecemos a liberdade de expressão como princípio fundamental do estado e da convivência democrática, entretanto, que há limites objetivos no seu exercício. A ridicularização da fé e o desdém pelo sentimento religioso do povo por meio do uso desrespeitoso da imagem da pessoa de Jesus Cristo sugerem a manipulação e instrumentalização de um recurso editorial com mera finalidade comercial”, afirmou a CNBB.
A entidade ainda mencionou os conflitos gerados em países muçulmanos após a divulgação de um vídeo que parodia o profeta Maomé.
“A publicação demonstrou-se, no mínimo, insensível ao recente quadro mundial de deplorável violência causado por uso inadequado de figuras religiosas, prestando, assim, um grave desserviço à consolidação da convivência respeitosa entre grupos de diferentes crenças”, afirmou a CNBB, em nota assinada pelo Cardeal Raymundo Damasceno Assis, presidente da CNBB, e por Steiner.
A imagem escolhida pela revista ilustra uma reportagem “A crucificação de Neymar”, sobre a fama do jogador de tentar cavar faltas, caindo muito em campo, e se tornando “bode expiatório” em um esporte em que isso seria prática comum entre os jogadores.
O Globo
Via Blog do BG
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