sábado, 11 de janeiro de 2014

Justiça autoriza travesti a trocar de nome mesmo sem cirurgia de sexo

Anastácia Diniz de Rezende, de 31 anos, começou 2014 com documentos novos. 
(Foto: Eliete Marques/G1)

11 de JANEIRO de 2014 - "Eu quero ser feliz e respeitada", exclama a técnica em 
enfermagem Anastácia Diniz de Rezende, de 31 anos, que começou 2014 com 
documentos novos. Conforme o Ministério Público (MP), ela é a primeira travesti do 
estado de Rondônia a ter autorização da justiça para mudar de nome, mesmo sem 
ter realizado cirurgia para troca de sexo. Na decisão, tomada pela 1ª Vara Cívil de 
Ariquemes (RO) em setembro de 2013, a travesti mudou o nome de Jackson para 
Anastacia, e espera viver com mais dignidade.

Anastacia conta que se identifica como mulher desde a infância, e que na juventude 
transformou sua aparência para feminina. Com isso, a técnica em enfermagem 
lembra que passou por diversos constrangimentos, principalmente quando 
precisava apresentar seus documentos, ou apenas revelar seu nome registral.
Registrada como Jackson, técnica em enfermagem
passa a se chamar Anastácia
(Foto: Eliete Marques/G1)


"Precisei retirar uma mercadoria no Correios, mas quando apresentei o documento, 
atendente questionou a identidade e tive que explicar toda a história. No 
recadastramento biométrico o funcionário me chamou de senhor, na frente de 
todos. Essas situações são muito constrangedoras", ressalta.

Anastacia acredita que com a mudança de nome nos documentos terá mais 
oportunidades no mercado de trabalho, e acredita que a decisão da Justiça 
encorajará outros travestis a viverem melhor. A técnica vive há cerca de cinco anos 
com um companheiro e não pretende realizar cirurgia de mudança de sexo.

"Meu companheiro me aceita e me respeita do jeito que sou; apresentou-me a família 
todos sabem como sou. Não tenho o porquê mudar de sexo. Se ele quisesse 
uma mulher completa, não estaria comigo. Apesar de não aceitar, a sociedade precisa 
nos respeitar", enfatiza.

Família

A mãe de Anastacia, a feirante Maria Rezende, conta que só descobriu a opção 
da filha quando houve a transformação na aparência, e que o pai, já falecido, não 
aceitou a situação. Maria, que escolheu o nome Jackson, ainda não se acostumou 
com Anastacia, mas torce pela felicidade da filha.

"Meu finado marido soube por outras pessoas, mas nem chegou a ver o Jackson 
transformado. Eu acredito que cada um sabe o que faz de sua vida, e que o que 
importa é ser uma pessoa honesta, e isso meu filho é", destaca.

Dignidade humana

"Ter uma aparência feminina, mas ter um nome masculino gerava constrangimentos, 
o que afetava a dignidade da pessoa humana, que é um mandamento constitucional, 
e deve ser assegurado", explica a promotora de Justiça Priscila Matzenbacher, 
responsável pela ação de modificação de registro público de Anastacia.

A promotora explica que esta ação é singular, pois não se trata de transexualidade 
- quando a pessoa não aceita o próprio gênero. Anastácia não pretende fazer cirurgia 
de mudança de sexo e se conforma com o gênero biológico. Por isso, Priscila 
expõe que casos de travestis ainda são polêmicos na jurisprudência, no entanto, 
ressalta que o direito tem evoluído nos últimos anos. 

"Vivemos em sociedade e não podemos exigir que todos sejam iguais, e sim, lutar 
para que os direitos sejam iguais. Precisamos respeitar as peculiaridades de cada 
pessoa. Acredito que esta decisão é um precedente importante para a sociedade", 
conclui.


Retirado do G1 / Via Blog Ideias & Fatos

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