Mãe aguarda corpo de filho para enterrar há dois anos

Um dos casos mais graves apresentados pela série de reportagens do SBT se volta para a dona de casa identificada apenas pelo nome de "Ana".

Segundo reportagem do jornalista Fábio Diamante, "Ana" está esperando há dois anos para sepultar o corpo do filho "Felipe", morto quando tinha dezessete anos na praia de Pipa, em São Miguel do Gostoso.

O corpo demorou a ser encontrado e precisava de um exame de DNA para confirmar a identificação, que não foi concluída. A equipe do SBT foi até o Itep de Natal para tentar entender o motivo da demora.

Na sede do Itep, encontrou vários corpos empilhados à espera do exame, que não é realizado em função da falta de equipamentos. A limitação impede a identificação e a liberação de corpos, que se amontoam em decomposição por vários meses num pátio anexo à sede do Instituto.

Um funcionário do órgão apresentado pela reportagem afirma que existe um procedimento básico de enterrar os corpos a cada trinta dias como indigente como forma de abrir espaço no galpão para o recebimento de novos corpos. "Isso é a rotina agora", reforça.

Contrastando com problemas estruturais, o órgão armazena uma série de modernos equipamentos que não são utilizados por não terem sido instalados. Faltam móveis e adaptações na estrutura do prédio.

Sem estrutura para realizar exames de DNA, as amostras são encaminhadas para Salvador (BA) a cada seis meses. Após conhecer a estrutura e buscar a localização do corpo de "Felipe", a equipe de reportagem se depara com uma informação chocante.

O corpo do adolescente pode ter sido sepultado como indigente, mesmo com a família esperando pela oportunidade de encaminhar o sepultamento há mais de dois anos.

Do O Mossoroense / Via Blog Umarizal em Fotos