quinta-feira, 6 de agosto de 2015

CRESCE INADIMPLÊNCIA COM CARTÃO DE CRÉDITO

por O Potiguar

Correio Braziliense – Quatro em cada 10 brasileiros não têm conseguido honrar as dívidas feitas no rotativo do cartão de crédito. No mês de junho, a taxa de inadimplência nessa modalidade subiu para o maior patamar registrado neste ano: 36,9%, segundo o Banco Central. As dívidas incluem operações de crédito rotativo e saques realizados na função crédito.
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Para o professor de finanças do Ibmec-DF, José Kobori, o resultado já era previsível, reflexo da queda na atividade econômica. “O aumento na taxa de juros e a diminuição da massa salarial são fatores que influenciam na capacidade das pessoas em pagar os compromissos financeiros. É fruto de um cenário recessivo, no qual se produz e ganha menos, e da política monetária contracionista, para conter a demanda”, explicou.
Nessas circunstâncias, o principal motivo para a alta no índice de inadimplentes é o aumento na taxa de desemprego. “As famílias estão com empregos ameaçados e muitas já perderam fontes de renda, então não têm como pagar os compromissos que fizeram anteriormente”, explicou o economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) André Braz.
Além dos desempregados, a inadimplência também atinge as pessoas que contam com parte variável do salário, como quem trabalha no comércio e recebe comissão por quantidade vendida. “Quando cai o movimento, essas pessoas vendem menos e recebem menos renda variável, com a qual estavam contando, Isso afeta o pagamento das dívidas”, disse Kobori. Segundo ele, outro fator a ser levado em conta é a falta de educação financeira dos brasileiros. “As pessoas têm dificuldade de entender que, quando os juros sobem, o preço do consumo aumenta e o crédito fica mais caro. Só aprendem quando sentem no bolso.” Sem condições de pagar a fatura, elas têm dado o calote.
O problema é que o cartão de crédito é campeão de juros, e deixar de pagar a fatura resulta em uma bola de neve. “Quem deve mil reais, por exemplo, a uma taxa hipotética de juros de 10%, e paga só R$ 100, no mês seguinte ainda está devendo R$ 990. E isso vai acumulando, de forma que a dívida costuma aumentar a cada fatura, porque o mínimo, geralmente, não paga nem os juros”, explicou André Braz. Fazer dívidas no cartão está ainda mais perigoso atualmente, com a taxa de juros a 372% anuais, que, segundo ele, devem continuar subindo. “A intenção do governo é manter as taxas altas, para que o povo pise no freio e a inflação seja contida.”

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