O presidente dos EUA Barack Obama cumprimenta o presidente de Cuba Raul Castro durante encontro na Cúpula das Américas na Cidade do Panamá (Foto: Jonathan Ernst/Reuters)
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, iniciaram neste sábado (11) um encontro histórico durante a Cúpula das Américas, na Cidade do Panamá, o primeiro entre presidentes dos dois países em mais de meio século, de acordo com jornais internacionais.
A reunião entre os líderes simboliza a reaproximação e retomada do diálogo entre os dois países, encerrando décadas de tensão política e disputa ideológica.
O último encontro frente a frente aconteceu entre os presidentes Dwight Eisenhower, dos EUA, e Fugencio Batista, de Cuba, em 1956, em outra cúpula das Américas no Panamá, antes da revolução cubana, de acordo com o site do jornal "USA Today".
Em 1959, o então vice-presidente dos EUA, Richard Nixon, e Fidel Castro se encontraram, destacou a "CNN".
Obama descreveu o encontro como "histórico" e acrescentou que continuará pressionando Cuba sobre o tema de direitos humanos. Anunciou ainda que as conversas e esforços estão focados em reabrir as embaixadas em ambos os países.
Da sua parte, Castro afirmou que seguirá dando passos para normalizar os laços entre as duas nações e que estão dispostos a discutir tudo "com muito respeito às ideias".
"Pode ser que nos convençam de algumas coisas e de outras não, não se deve criar expectativas", acrescentou Castro. Ao afirmar que os dois países têm que dialogar "com muito respeito", o líder cubano reconheceu que existem "muitas diferenças" entre os dois governos.
Os dois sentaram-se lado a lado em uma pequena sala de conferências, com um clima cordial, mas de negócios. Cada um acenou e sorriu para alguns dos comentários feitos pelo outro, em breves declarações a jornalistas.
Mais cedo, Obama disse em discurso no encontro que seu país não ficará preso ao passado e que as mudanças na política entre os EUA e Cuba "abrem uma nova era no Hemisfério".
“Os EUA não ficarão presos ao passado. É a primeira vez que em mais de meio século que serão restabelecidadas formalmente as relações diplomáticas", disse Obama, que considerou histórico o fato de estar sentado numa mesma mesa com o presidente de Cuba, Raúl Castro
"Penso que não é segredo que continuarão existindo diferenças entre nossos países (...) mas acredito que se conseguirmos seguir esse movimento adiante, serão criadas novas oportunidades (...) Nunca antes as relações com a América Latina foram tão boas", complementou o presidente norte-americano.
Durante seu discurso, Obama propôs US$ 1 bilhão para ajudar os países da América Central e anunciou que pretende impulsionar o intercâmbio entre estudantes da América Latina e a potência norte-americana.
Do G1 / Via Blog Comunicador Efectivo
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