Por O Potiguar
Do ESPN.COM – Depois de 18 anos, a Fifa tem um novo presidente. Nesta sexta-feira, o Congresso Extraordinário da entidade, em Zurique, na Suíça, elegeu o europeu Gianni Infantino, 45 anos, para o posto que foi de Joseph Blatter desde 1998, em mandato válido pelos próximos três anos, até 2019.
Infantino, secretário-geral da Uefa desde 2009, superou o até então favorito xeique Salman Bin Ebrahim Al-Khalifa, em votação no segundo turno. No pleito decisivo, o suíço-italiano contou com 115 votos dos 207 possíveis, enquanto o bareinita teve 88 – na primeira rodada, ele também liderou, com 88 votos.
Também concorriam ao mais alto cargo do futebol mundial o príncipe jordaniano Ali Bin Al-Hussein e o francês Jérôme Champagne, que tiveram, respectivamente, 27 e 7 votos no primeiro turno X e X votos no segundo. O sul-africano Tokyo Sexwale chegou a discursar como candidato, mas tirou o nome da disputa.
Infantino também falou ao Congresso e apostou em diferentes idiomas para convencer as federações, falando em italiano, alemão, francês, espanhol, inglês… Teve atenção especial com os países africanos e da Oceania, que poderiam pesar em favor de Sheik Salman – que é presidente da Confederação Asiática.
Ainda como candidato, o novo presidente foi muito aplaudido quando falou sobre a ideia de repassar 1,2 bilhões de dólares (R$ 4,6 bi na cotação atual) da Fifa às federações associadas. Outra opinião que defendeu durante sua campanha foi a de aumentar de 32 para 40 os países da Copa do Mundo.
Rosto conhecido
Para muitos, a imagem de Infantino é familiar por seu papel de regente dos sorteios da Champions League e das grandes competições da Uefa. Inicialmente, sua candidatura foi vista apenas como “espaço reservado” para Michel Platini, que acabou suspenso de qualquer atividade ligada ao futebol.
A Uefa apostava todas as fichas em Platini, seu presidente, mas essa opção foi excluída com a decisão do Comitê de Ética da Fifa de banir o francês, acusado de ter recebido um pagamento de 1,8 milhão de euros em 2011 de Joseph Blatter, presidente da Fifa, por oito anos – depois, a pena caiu para seis.
Braço direito de Platini na entidade europeia, Infantino foi o “plano B” da entidade e acabou incluído na lista de candidatos de última hora, em outubro. Desde então, ele intensificou a campanha eleitoral, multiplicando viagens e contatos para arrebatar o maior número de votos possíveis. Deu certo.
Um “vizinho” de Blatter
Escolhido nas últimas cinco eleições presidenciais da Fifa, Joseph Blatter tem, ao menos, uma semelhança com seu sucessor: Infantino também é nascido na Suíça, em Brigue, curiosamente a cerca de apenas 10 km de Viège, cidade natal do ex-mandatário – que também está banido por seis anos do futebol.
Os primeiros trabalhos de Infantino, torcedor da Internazionale de Milão, no mundo do esporte, foram como secretário-geral do Centro Internacional de Estudos do Esporte (CIES) da Universidade de Neuchâtel, antes de se tornar assessor de entidades como as Ligas de futebol de Espanha, Itália e Suíça.
Infantino entrou na Uefa em 2000, como encarregado de questões jurídicas e comerciais. Em janeiro de 2004, foi nomeado diretor da divisão jurídica. Durante esta etapa, segundo seu currículo oficial, teve “estreitos contatos com a União Europeia, o Conselho da Europa e autoridades governamentais”.
Foi nomeado secretário-geral adjunto da Uefa e, pouco depois, secretário-geral, em 2009. Desde então, é o número 2 do futebol do continente, tendo dado impulso a projetos como o do ‘fair play financeiro’ dos clubes (não gastar mais do que se arrecada), um dos grandes focos de Platini nos últimos anos.
Na Fifa, Infantino foi integrante da Comissão de Reformas criada pela entidade em julho de 2015 que sugeriu o pacote de mudanças aprovado também nesta sexta pelo Congresso – entre elas, estão a publicação dos salários de dirigentes de alto escalão, limite de mandatos e maior participação feminina.
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