sábado, 21 de novembro de 2015

PEDREIRO PRESO POR ENGANO RELATA SENSAÇÃO NA CADEIA: ‘MUITO CRUEL’

O pedreiro Gilmar Henrique Viana, de 39 anos, preso no lugar de um homônimo, que é foragido da Justiça do Espírito Santo pelo crime de homicídio, relata que sofreu muito no tempo que passou na cadeia. Ele já foi liberto e agora pretende retomar a vida normal. “Para mim foi muito cruel. Passei muita humilhação. Fiquei pelado no banho de sol, coisa que eu nunca imaginava passar eu tive que passar na frente de todo mundo”, disse.

Gilmar foi preso no último dia 5, acusado de matar um home. Entretanto, ele só deixou o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana, na noite de quinta (19), após o alvará de soltura ser expedido pela juíza Mônica da Silva Martins, da 2ª Vara de Domingos Martins (ES), cidade onde ocorreu o crime em 26 de maio de 2006.

Após o erro ser esclarecido, o pedreiro disse que ainda estava tentando entender toda a situação vivida nos últimos 14 dias. “Meu coração anda muito abalado. Eu nunca imaginava passar por isso”, disse.

O pedreiro conta que ainda tentou explicar para os policiais que o prenderam que estava havendo um engano. “Eu estava vindo do serviço, estava com a identificação e entreguei para o policial. Ele podia ter identificado direitinho. Tinha o nome do meu pai e da minha mãe e eu nunca cometi erro nenhum. Eu nunca matei ninguém, eu estava no exterior”, relatou.

Depois do engano, Gilmar disse que pretende retomar a vida normalmente. “Pretendo trabalhar, viver minha vida, me dedicar ao serviço e limpar meu nome. Não quero que essa história manche meu nome. Também quero uma indenização por danos morais. Eu não devo e nunca devi a ninguém. 15 dias foram 15 anos para quem nunca cometeu nenhum crime”, disse o pedreiro.

A Polícia Civil informou que, se houve transgressão no caso, ela será apurada pela corregedoria da polícia e, caso seja confirmado o erro, será aplicada a punição cabível.

Prisão

Gilmar foi detido no último dia 5, acusado de cometer o crime. Porém, a defesa alegou que quando o homicídio foi praticado, a família morava nos EUA. Além disso, o verdadeiro foragido nasceu em junho de 1974, em Muniz Freire (ES). Já o pedreiro é dois anos mais novo e nasceu em Barra do São Francisco, no mesmo estado.

O advogado de Gilmar, José Carlos dos Reis, chegou a requerer o habeas corpus para a Justiça goiana, mas o pedido foi negado. Segundo o desembargador Ivo Fávaro, como o pedido de prisão havia sido emitido pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES), só eles podiam analisar a questão e definir se o destino do pedreiro.

Do G1 / Via 
O Umarizalense

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