A parcela da população brasileira acima de 18 anos que fuma caiu 20% nos últimos seis anos, de acordo com dados do Vigitel 2012 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde. A pesquisa feita pelo Ministério da Saúde mostra que 12% da população é fumante. É o menor porcentual registrado desde que o acompanhamento começou a ser feito. Na primeira análise, feita a partir de entrevistas telefônicas nas capitais do país com população acima de 18 anos, 15,6% das pessoas diziam fumar.
A população masculina apresenta maior porcentual de tabagismo: 12%. Atualmente, 9% das mulheres dizem fumar. Porto Alegre é a capital que concentra maior índice de fumantes: 18%. O trabalho indica ainda que a dependência do cigarro é mais frequente entre as pessoas com menos escolaridade. Na faixa de até oito anos de estudo, 16% são fumantes, quase o dobro da frequência observada entre as pessoas com mais de 12 anos de escolaridade: 9%.
O pneumologista da Divisão de Controle do Tabagismo, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Ricardo Meirelles, alerta que o tabagismo é uma doença que pode ocasionar outras 50. Vários tipos de câncer, doenças cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais (AVCs), além de menopausa, infertilidade e envelhecimento precoces são alguns dos problemas de saúde que podem ser ocasionados pelo fumo. Meirelles explica que, logo depois de deixar o cigarro, o ex-fumante já sente melhora na qualidade de vida. "Ele sente uma melhora dentro de dois, três dias no fôlego, se não tiver uma doença respiratória, já dá pra subir uma escada melhor, fazer exercícios", disse o especialista.
Segundo o Ministério da Saúde, o país tem cerca de 3 mil unidades de saúde que oferecem tratamento contra o vício em tabaco, o que inclui apoio psicológico, medicamentos, atendimentos educativos e terapêuticos. Segundo Meirelles, deixar de fumar é difícil, mas o acompanhamento de profissionais pode tornar o processo mais confortável.
O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável. Além disso, cerca de 1,2 bilhão de pessoas são fumantes. "Cerca de 80% dos fumantes desejam parar, mas apenas 3% conseguem realmente abandonar o vício. Além disso, é considerado ex-fumante a pessoa que fica um ano sem fumar", explica o cardiologista do Hospital do Coração do Brasil, João Ferreira Marques. O médico esclarece que, quem abandona o vício antes dos 30 anos, consegue reestabelecer o organismo a ponto de parecer que nunca fumou.
De acordo com Meirelles, muitas vezes o fumante espera ter um problema de saúde para decidir parar de fumar. O médico acrescentou que a proibição de fumar em locais fechados fez com que muitos fumantes sentissem-se incomodados em ter que deixar o ambiente de amigos para fumar e isso está fazendo com que pensem em deixar o vício. "Ele está conversando com amigos e tem que sair para fumar, a pessoa sente-se escrava do cigarro. Se está no shopping e precisa sair pra fumar, isso passa a ser desconfortável".
Segundo pesquisa da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), entre 1989 e 2010 um em cada três brasileiros deixou de fumar devido à entrada em vigor das medidas que restringiram a propaganda de cigarros na televisão e em veículos de comunicação de massa.
Fonte: Uol / Via Blog do Campelo
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