Especialistas apontam que 'desafio' surgiu na Rússia em 2015 depois de notícia falsa. No Brasil, polícia investiga casos de suicídio em três estados.
O G1 ouviu especialistas que dão dicas de como lidar com o tema:
1. Fique atento à mudança de comportamento
Uma mudança brusca de comportamento pode ser sinal de que a criança ou o
adolescente esteja sofrendo com algo que não saiba lidar, segundo Elizabeth dos Reis
Sanada, doutora em psicologia escolar e docente no Instituto Singularidades.
“Isolamento, mudança no apetite, o fato de o adolescente passar muito tempo
fechado no quarto ou usar roupas para se esquivar de mostrar o corpo são pistas de
que sofre algo que não consegue falar”, diz.
2. Compartilhe projetos de vida
Para entender se a criança ou adolescente está com problemas é fundamental que os
pais se interessem por sua rotina. Elizabeth reforça que este deve ser um desejo
genuíno, e não momentâneo por conta da repercussão do “Jogo da Baleia”.
“Os pais devem conhecer a rotina dos filhos, entender o que fazem, conhecer os
amigos”, afirma a Elizabeth. Ela lembra que muitos adolescentes “falam” abertamente
sobre a falta de motivação de viver nas redes sociais. Aos pais cabe incentivar que
os filhos tenham projetos para o futuro, tracem metas como uma viagem, por
exemplo, e até algo mais simples, como definir a programação do fim de semana.
3. Abra espaço para diálogo
Filhos devem se sentir acolhidos no âmbito familiar, por isso, Elizabeth reforça que é
necessário que os pais revertam suas expectativas em relação a eles. “É preciso
que o adolescente se sinta à vontade para falar de suas frustrações e se sinta apoiado.
Se ele tiver um espaço para dividir suas angústias e for escutado, tem um fator de
proteção”, afirma Elizabeth.
Angela Bley, psicóloga coordenadora do instituto de psicologia do Hospital Pequeno
Príncipe, diz que o adolescente com autoestima baixa, sem vínculo familiar fortalecido
é mais vulnerável a cair neste tipo de armadilha. “O que tem diálogo em casa, não é
criticado o tempo todo, tem autoestima melhor, tem risco menor. Deixe que ele fale sobre
o jogo, o que sente, é um momento de diálogo entre a família.”
Angela reforça que muitas vezes o adolescente não tem capacidade de discernir sobre
todo o conteúdo ao qual é exposto. “Por isso é importante o diálogo franco. Não pode
fingir que esse tipo de coisa não existe porque ele sabe que existe.”
4. Adolescentes devem buscar aliados
O adolescente precisa buscar as pessoas em que confia para compartilhar seus
anseios, seja no ambiente escolar ou familiar, segundo as especialistas. “Que ele não
ceda às ameaças de quem já está em contato com o jogo e entenda que quem está
a frente deles são manipuladores”, diz Elizabeth.
5. Escolas podem criar iniciativas pela vida
Assim como a família, as escolas podem ajudar a identificar situações de risco entre os
alunos. “Não é qualquer criança que vai responder ao chamado de um jogo como esse,
são os que têm situações de vulnerabilidade. A escola ajuda a construir laços e
tem papel fundamental de perceber como os alunos se desenvolvem”, afirma Elizabeth.
Alguns colégios, já cientes da viralização do jogo, começaram a pensar em
alternativas para aumentar a conscientização sobre a importância de cuidado da
vida. No Colégio Fecap, que fica na Região Central de São Paulo, essa ideia virou
projeto escolar: a turma de alunos do ensino médio técnico de programação de jogos
digitais começou a criar uma espécie de “contra-jogo” da Baleia Azul.
“O jogo ainda está sendo produzido pelos alunos. Eles estão se reunindo e
debatendo a questão. Serão 15 desafios de como desfrutar melhor da vida e celebrá-la”,
conta o professor Marcelo Krokoscz, diretor do colégio.
Durante o curso, os estudantes aprender a aplicar linguagens de programação para
criar jogos para computadores, videogame, internet e celulares, trabalhando desde a
formação de personagens, roteiros e cenários até a programação do jogo em si.
Segundo Krokoscz, a ideia é que o jogo, ainda sem prazo de lançamento, esteja
disponível on-line para o público em geral.
Ele afirma que o objetivo é a ajudar os jovens a verem o lado bom da vida.
“Impacta mais fortemente nossos alunos a partir do momento que eles mesmos criam
um jogo a favor da vida.”
* Com informações do G1.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
ATENÇÃO !!!
Prezado Amigo Web-Leitor, não publicarei comentários anônimos e, também, não aceito nenhum tipo de ofensas morais que possam vir a denigrir a imagem de alguém e não me responsabilizo por comentários que alguém possa vir fazer.
Pois, antes de fazer o seu comentário, se identifique e se responsabilize.
Desde já fico grato !!!
Cordiais saudações,
CLAUDISMAR DANTAS -
(Editor - Blog PATU EM FOCO).