sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Preço da cesta básica sobe nas 18 capitais pesquisadas durante 2013

Edição do dia 09/01/2014
10/01/2014 01h21 - Atualizado em 10/01/2014 01h33


Em 2013, o brasileiro sentiu o peso da inflação no básico: a alimentação.
Em São Paulo, a alimentação representa 40% do gasto das famílias.

A inflação medida pelo que o consumidor paga ao comprar gêneros da cesta básica é bem maior que a inflação registrada nos índices oficiais. É o resultado dos números divulgados nesta quinta-feira (09) pelo Dieese, o departamento intersindical de estatística e estudos socioeconômicos.
Em 2013, o brasileiro sentiu o peso da inflação no básico: a alimentação. O preço da cesta básica subiu nas 18 capitais pesquisadas. Em 16 delas, a alta passou do índice de inflação estimado para o ano.
“Já é o segundo ano que você tem alta do valor dos produtos básicos. Acho importante ressaltar que eles pesam mais para as famílias de baixa renda”, diz Patricia Lino Costa, economista do Dieese.
Em São Paulo, por exemplo, a alimentação representa 40% do gasto das famílias mais carentes.
O aumento do salário mínimo no ano passado não acompanhou a variação dos preços dos 13 produtos que fazem parte da cesta básica.  Por isso, em São Paulo, o custo desses alimentos comprometeu em 2013 mais de 48% do salário mínimo. A maior alta foi a da farinha de trigo, que subiu mais de 30%.
A explicação para a alta está no dólar mais alto e no clima, que jogou pras alturas os preços pelo Brasil. 
Salvador foi a capital brasileira que registrou o maior aumento da cesta básica: 16,74%. O valor chegou a R$ 265,13. Um dos alimentos mais consumidos na cidade e em todo o estado da Bahia, a farinha de mandioca, subiu 115,58% em 2013.
Natal teve a segunda maior alta no valor da cesta. Só o preço da banana disparou 73,89%. Um quilo no começo de 2013 saía por R$ 1,80, hoje passa de três reais.Muitos consumidores resolveram tirar a fruta do cardápio. Segundo os feirantes, as vendas caíram 40% no ano passado.
Em Campo Grande, a cesta básica ficou 12% mais cara. Foi a terceira maior alta entre as cidades pesquisadas. A população sentiu o impacto nas padarias. A farinha de trigo subiu 55%, o que puxou para cima o preço do pãozinho. O leite também aumentou quase 20% no último ano.
Rio de Janeiro ficou em quarto lugar na lista, com alta de 11,95% no total da cesta. Os cariocas gastaram mais com a carne bovina, que teve aqui o maior aumento na região sudeste. Outro item que subiu bastante foi o tomate, que ficou 20% mais caro no ano passado.
Porto Alegre teve só o quinto maior aumento, mas foi o suficiente para fazer a cesta básica mais cara de todo o país, custando R$ 329,18. A principal culpada foi a batata. Para conseguir pagar por ela e pelos outros 12 itens da cesta pesquisados, o porto-alegrense precisou trabalhar 116 horas e 49 minutos.
Na maior parte das cidades caíram os preços do café, do açúcar e do arroz.  Para a economista Marianna Costa, 2014 deve trazer um alívio. “A safra deve ser muito boa no Brasil, a safra deve ser excelente nos Estados Unidos, e não há perspectiva de nenhum fator climático que altere muito essa safra”.
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Jornal da Globo.

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