As autoridades do estado da Geórgia, nos Estados Unidos, executaram na madrugada desta quarta-feira (30) uma mulher condenada à morte pelo assassinato de seu marido há 18 anos, após recusar um pedido de clemência e apesar da solicitação do papa Francisco para que sua pena fosse comutada.
Kelly Gissendaner, de 47 anos, morreu após receber uma injeção letal na prisão de Jackson, perto de Atlanta, e, com isso, se transformou na primeira mulher executada na Geórgia desde 1945.
Várias moções apresentadas pela defesa na Suprema Corte da Geórgia e na Suprema Corte dos EUA para impedir a execução foram rechaçadas, assim como o pedido de clemência perante a Junta de Liberdade Condicional e Perdão, no qual participaram dois filhos da condenada.
O papa se uniu aos esforços para que a pena da mulher fosse comutada ao enviar uma carta às autoridades do estado com um pedido de clemência para a mulher.
Durante sua viagem pelos EUA na semana passada, Francisco pediu em seu discurso no Congresso o fim da pena de morte.
A execução de Kelly Gissendaner, que estava prevista para as 19h locais desta terça (29) (20h de Brasília), acabou se adiando para até depois da meia-noite.
Os advogados travaram uma longa batalha legal para salvar a vida da mulher após a suspensão da execução há sete meses, depois da descoberta de que o coquetel letal apresentava anomalias.
Após o anúncio da nova data de execução na semana passada, familiares e ativistas intensificaram seus esforços para conseguir que Kelly fosse perdoada da pena capital.
Os filhos de Gissendaner tinham perdoado sua mãe e intercederam a seu favor em várias ocasiões, após argumentarem que ela tinha se recuperado.
Kelly foi sentenciada à pena capital por planejar junto com seu amante, Gregory Bruce Owen, a morte de seu marido Doug Gissendaner em 1997. Owen, o autor material do assassinato, foi condenado à prisão perpétua após testemunhar contra Gissendaner no julgamento.
Kelly Gissendaner é a primeira pessoa a ser executada na Geórgia sem ter sido quem cometeu diretamente o crime desde que se restabeleceu a pena capital nos anos 1970, de acordo com o Centro de Informação sobre a Pena Capital (DPIC, sigla em inglês).
Lena Baker, eletrocutada em 1945, foi a última mulher executada no estado da Geórgia acusada de assassinato, pena da qual foi oficialmente perdoada em 2005 depois que a Justiça considerou que ela agiu em legítima defesa.
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