A vida do sergipano José Victor Menezes Teles mudou quando no início deste ano obteve nota no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) suficiente para ser calouro do curso de medicina da UFS (Universidade Federal de Sergipe) com apenas 14 anos. O adolescente do município de Itabaiana (SE), a 52 km da capital, agora com 15 anos, tem utilizado as horas de folga, antes do início das aulas na universidade, para ministrar palestras em Sergipe e alguns Estados brasileiros, com dicas para estudar e resolver as questões nas provas do Enem.
“Depois de toda a repercussão midiática, indiscutivelmente, houve várias mudanças em minha vida, passei a ministrar palestras. Nelas converso desde a questão da maturidade até resolução de questões do Enem”, revelou José Victor, ao lembrar que o tema das palestras é: “O meu desempenho para alcançar o sucesso”. O adolescente fez questão de ressaltar que esta exposição na mídia mudou a conduta pública dele, inclusive nas redes sociais, nas quais tem sido vigiado, constantemente, pelo uso formal da língua portuguesa. “Neste ambiente virtual que tendemos a nos portar informalmente, sou cobrado para o lado formal da língua, que, de qualquer maneira, não deixa de ser construtivo”, salientou.
O adolescente disse que tem cobrado pelas apresentações, mas não quis revelar o valor. No entanto fez questão de frisar que também tem feito palestras para alunos em escolas públicas de forma gratuita. “Na maioria das instituições, que foram particulares, fui orientado a estabelecer um preço em um tempo específico. Entretanto, nas instituições públicas, que fui convidado pelos meus pais e ex-professores, ministrei filantropicamente’, contou ele, que já esteve em municípios do interior do Espírito Santo e em Campo Grande (MS), com uma média de três palestras por cidade.
Segundo José Victor, esta nova atividade na vida dele deverá durar até o início das aulas no curso de medicina que ainda não tem data prevista para o início devido a greve dos professores na UFS. Porém não descartou continuar ministrando palestras. “Estão em segundo plano é só as realizo quando não estou em períodos escolares, atualmente a UFS está em greve, o que me disponibiliza tempo”, avisou.
Questionado sobre os estudantes que nas férias ficaram longe dos livros, José Victor, como tem feito nas palestras, deu dicas. “Quando se está de férias, realmente, há uma tendência natural de acomodar-se mais, pois não haveria aquela cobrança rotineira exercida pelo colégio. Entretanto, digo isso por experiência própria, que cada vez que for utilizar uma rede social, fazer uma pesquisa na internet, ou algo do tipo, resolva ao menos uma questão, de preferência que tenha gabarito para poder nivelar-se”, orientou.
Para José Victor, aplicativos e as redes sociais devem ser utilizadas como aliados nos estudos. “Torna-se interessante ter algum “app” no celular ou tablet, para poder estar resolvendo casualmente os exercícios, pois dessa forma não se tornaria cansativo e, simultaneamente, muito produtivo”, afirmou ele, ao descartar o rótulo de “gênio”. “Os resultados que atribuem a genialidade, na verdade, são frutos das pequenas ações que todos deveriam praticar, como por exemplo resolver questões nas férias”, frisou.
Livro
E a mente do garoto franzino do interior de Sergipe não para de ter ideias. Em breve poderemos ter o escritor José Victor. Está nos planos dele, escrever um livro sobre a sua trajetória de estudo até alcançar a vaga no curso de medicina. “Uma frase que o descreve é: a inovadora performance que pais compromissados e estudantes conscientes precisam conhecer”, finalizou.
UOL / Via Blog do BG
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