Quase 300 meninos e meninas morreram no Rio Grande do Norte vítimas de câncer infantil no período que compreende os anos de 2007 e 2011. Os dados são do Ministério da Saúde (MS) e foram revelados sexta-feira (22), como forma de alerta para a importância da prevenção da doença, cujo dia de combate é lembrado hoje em todo o Brasil.
Segundo Severina Pereira, técnica responsável pelo Núcleo de Doenças não transmissíveis da Sesap, o tipo mais comum de câncer nessa faixa etária é a leucemia. O Estado registrou 93 óbitos neste período em decorrência da doença, o que equivale a 32,86% do total. A incidência é maior nas crianças com até nove anos, que somaram 45 casos. Outros tipos mais incidentes de câncer infantil são os que atingem o cérebro e os ossos, totalizando 133 mortes.
De origem desconhecida, na maioria das vezes, a leucemia é uma doença maligna que atinge os glóbulos brancos (leucócitos). Sua principal característica é o acúmulo de células jovens (blásticas) anormais na medula óssea, órgão responsável pela formação das células sanguíneas. A doença age substituindo as células normais que dão origem aos glóbulos brancos, glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e plaquetas.
Como geralmente não se conhece a causa da leucemia, o tratamento tem o objetivo de destruir as células leucêmicas, para que a medula óssea volte a produzir células normais.
O Hemocentro Dalton Cunha (Hemonorte) desenvolve um cadastro permanente de possíveis doadores de medula óssea. Segundo o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), de 2002 para cá, 20.831 pessoas foram cadastradas no RN.
A chefe da Divisão de Serviço Social do Hemonorte, Miriam Mafra, explica que os doadores de medula óssea devem pertencer à faixa etária entre 18 e 55 anos, com bom estado da saúde. Não há restrição para grávidas ou quem esteja amamentando, quem teve meningite, anemia ou hepatite tipo A anteriormente à doação e pessoas tatuadas. Não é necessário estar em jejum e quem ingeriu bebida alcoólica no dia anterior também pode doar.
Quando é verificada a compatibilidade com algum dos doadores, são recolhidas novas amostras de sangue, para que sejam feitos exames mais aprofundados sobre a compatibilidade efetiva, além de se verificar a inexistência de doenças.
Diagnóstico precoce evita progresso da doença
Severina Pereira explica que, por meio do diagnóstico precoce, é possível executar as ações emergenciais e iniciar logo o tratamento das crianças e também dos adolescentes, para evitar o progresso da doença e ampliar as chances de cura dos pacientes.
Por isso, os pais e responsáveis devem estar atentos aos sinais e realizar sistematicamente exames de rotina em seus filhos.
Quanto aos sintomas, a técnica destaca: dores de cabeça pela manhã com presença de vômito, surgimento de caroços no pescoço, nas axilas e na virilha, ínguas que não desaparecem, dores nas pernas que não passam e atrapalham as atividades das crianças, manchas arroxeadas na pele, hematomas ou pintinhas vermelhas, aumento de tamanho de barriga, brilho branco em um ou nos dois olhos quando a criança sai em fotografias com flash.
Do De Fato.com / Via Blog Umarizal em Fotos
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