Via RN POLITICA EM DIA
"Foram realizados os procedimentos de reanimação necessários, que não deram nenhum resultado. Os médicos de emergência confirmaram a morte do condenado. As causas do falecimento estão sendo apuradas", afirma o comunicado oficial sobre a morte de Navalny, de 47 anos.
A nota detalha que, depois de caminhar pela penitenciária IK-3, na localidade de Jarp (distrito autônomo de Iamália-Nenétsia), o político da oposição “sentiu-se mal”, vindo a "perder a consciência”.
Equipes médicas de emergência foram ao presídio para tratar Navalny e os serviços penitenciários anunciaram o envio de uma comissão de funcionários específicos e médicos de seu aparato central em Moscou para esclarecer as causas e circunstâncias da morte do recluso.
A porta-voz de Navalny, Kira Yarmish, afirmou que os correligionários do opositor ainda não têm a confirmação da morte e que seu advogado partirá em breve para Iamália-Nenétsia.
Condenações e perseguição política
O ativista cumpria quase 30 anos de prisão por diversos crimes que negava ter cometido contra o governo de Putin, entre eles a "criação de um grupo para o financiamento de atividades extremistas". Isso porque Navalny divulgou uma suposta rede de corrupção envolvendo o Kremlin em sua organização, o Fundo de Luta Contra a Corrupção (FBK), criado em 2011 e proibido de atuar há mais de dois anos.
O FBK foi criticado e combatido pelo Kremlin porque denunciou o enriquecimento ilícito de funcionários de alto escalão, incluindo o presidente russo, a quem acusou em 2021 de ter um palácio suntuoso às margens do Mar Negro.
Ele cumpria nove anos de prisão quando os tribunais russos aplicaram uma nova pena, elevando a sentença para quase 30 anos. O ativista acusava o governo russo de censura e de forjar provas para incriminá-lo.
Navalny, que regressou à Rússia em 2021 depois de ter sido envenenado no ano anterior - segundo seus aliados, pelo Serviço de Segurança Federal -, foi transferido de presídio após anunciar uma campanha contra a reeleição do presidente russo, Vladimir Putin, no poder desde 2000.
O processo de transferência para outra prisão, conhecido como “etapirovanie”, pode levar semanas, período durante o qual o preso é frequentemente mantido incomunicável. Tanto os Estados Unidos, como a União Europeia (UE) e a Anistia Internacional (AI) expressaram sua preocupação com o destino de Navalny, o inimigo número um do Kremlin.
Em 7 de dezembro, Navalny pediu do centro de detenção para que os russos votassem contra Putin nas eleições de 17 de março de 2024.
Navalny também anunciou o lançamento de um site que pedia aos russos que apoiassem qualquer candidato à presidência, exceto Putin.
Fonte: Isabella de Paula/Gazeta do Povo
Foto: EFE/Yuri Kochetkov
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