O Santos foi rebaixado justamente no Campeonato Brasileiro dedicado ao Rei Pelé. Após derrota por 2 a 1 para o Fortaleza, o Alvinegro foi rebaixado pela primeira vez em sua história. Vasco e Bahia, os concorrentes diretos na luta contra a queda, venceram.

O que aconteceu

Pelé morreu no dia 29 de dezembro de 2022, foi enterrado na Vila Belmiro e recebeu homenagens no minuto 10 em todos os jogos do "Brasileirão Rei".

O Santos, após 111 anos na elite do futebol, foi rebaixado justamente sem o maior atleta de todos os tempos como espectador. O clube já flertava com a queda há alguns anos.

O Peixe fez diversas homenagens a Pelé e prometeu honrar seu legado, mas termina a temporada com o capítulo mais triste do clube.

Sucessão de erros

Andrés Rueda foi eleito, em dezembro de 2020, como "salvador". Ele representava o "novo" e teve praticamente metade dos votos, garantindo sua chapa com 100% do Conselho Deliberativo. O Santos havia vivido o impeachment de José Carlos Peres antes do mandato tampão e polêmico de Orlando Rollo.

Os primeiros meses foram de esperança: o presidente fez acordos de dívidas antigas e prometeu time competitivo para manter o Santos na briga por títulos depois do vice-campeonato da Libertadores da América.

Na prática, porém, o Santos não foi nada do que o presidente prometeu: a dívida continuou no mesmo patamar de R$ 700 milhões, a profissionalização pregada não veio e, em campo, a equipe definhou. As cotas de televisão de 2024 estão todas adiantadas

Ninguém se sustenta

O presidente Andres Rueda se caracterizou por demitir técnicos e dirigentes. Ninguém parou em pé na Vila Belmiro.

Foram 10 técnicos em três anos: Ariel Holan, Fernando Diniz, Fabio Carille, Fabián Bustos, Lisca, Odair Hellmann, Paulo Turra, Diego Aguirre e os auxiliares efetivados Orlando Ribeiro e Marcelo Fernandes.

O Peixe também teve sete chefes no departamento de futebol: Felipe Ximenes, Jorge Andrade, André Mazzuco, Edu Dracena, Newton Drummond, Falcão e agora Alexandre Gallo.

Um bom exemplo é Fernando Diniz, atual campeão da Libertadores pelo Fluminense e técnico da seleção brasileira. Para convencer Diniz, Rueda disse que ele mandaria e a manutenção não dependeria dos votos do Comitê de Gestão, grupo que estatutariamente toma as decisões do clube. Na primeira instabilidade, o presidente votou junto a seus colegas pela troca do comando.

Reforços não vingam

O Santos contratou 45 jogadores na gestão de Andres Rueda. Destes, 22 (metade) continua no clube e só sete são titulares.

A contratação mais controversa foi Ricardo Goulart, que chegou com o salário mais alto do elenco, status de craque e passou longe de vingar em 2022.

Neste ano, o Peixe investiu alto e poucos deram certo. João Lucas, por exemplo, custou R$ 6 milhões e é reserva do atacante improvisado Lucas Braga.

Veja todos os reforços de Rueda

  • Goleiros: Jandrei e Vladimir
  • Zagueiros: Danilo Boza, Emiliano Velázquez, Eduardo Bauermann, Maicon, Messias, Joaquim, João Basso
  • Laterais: Moraes, Auro, Lucas Pires, Nathan, João Lucas, Gabriel Inocêncio, Júnior Caiçara e Dodô
  • Meio-campistas: Zanocelo, Camacho, Augusto, Lacava, Marcos Guilherme, Willian Maranhão, Carabajal, Luan, Fernández, Dodi, Alison, Tomás Rincón, Jean Lucas, Nonato, Lucas Lima, Luan Dias e Daniel Ruiz
  • Atacantes: Léo Baptistão, Diego Tardelli, Ricardo Goulart, Jhojan Julio, Angulo, Soteldo, Mendoza, Bruno Mezenga, Morelos, Maximiliano Silvera e Furch.

Quem assume?

O Santos terá eleições no próximo sábado. Andres Rueda não é candidato à reeleição. Os postulantes são Marcelo Teixeira, Ricardo Agostinho, Rodrigo Marino, Mauricio Maruca e Wladimir Mattos.

O novo presidente terá calendário difícil e queda de receitas em 2024: o Peixe só terá Paulistão e Série B a disputar.

Jogadores importantes como João Paulo, Soteldo e Marcos Leonardo receberam sondagens e a folha salarial atual de R$ 12 milhões pode ficar acima do novo patamar do Peixe na próxima temporada.

Com informações do UOL Fonte: Portal Grande Ponto