Estadão
Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
O professor de história André Luiz Ribeiro, de 27 anos, foi espancado na
Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
O professor de história André Luiz Ribeiro, de 27 anos, foi espancado na
região de Parelheiros, no extremo sul da cidade de São Paulo, na última
quarta-feira, 25, após ter sido acusado de roubar um bar. Segundo Ribeiro,
um grupo de mais de 15 pessoas o agrediu por tê-lo confundido com um
assaltante enquanto praticava cooper na região. Ele foi indiciado por roubo
e passou dois dias presos antes de conseguir na Justiça a liberdade
provisória.
Nas redes sociais, mais de 130 pessoas já compartilharam a foto de perfil
Nas redes sociais, mais de 130 pessoas já compartilharam a foto de perfil
do professor que mostra o rosto com hematomas após a tentativa de
casa para correr, como costuma fazer todos os dias. Ao passar pela Rua
João Batista Gomes Ciqueira, em Balneário São José, notou olhares
estranhos, mas decidiu continuar o exercício. "De repente veio um carro
na minha direção. Levantei as mãos na mesma hora achando que se
tratava de um assalto, mas sem entender nada. Foi quando o dono do bar
que tinha sido roubado e seu filho saíram do veículo e começaram a me agredir",
disse Ribeiro.
O professor teve os braços e as pernas acorrentados e conta que levou chutes
O professor teve os braços e as pernas acorrentados e conta que levou chutes
e socos pelo corpo. "Eu não tive tempo de dizer nada. Vieram mais de 15
pessoas, até mesmo mulheres. Foram muitas agressões até que
chegaram os bombeiros e dispersaram os moradores. Ainda bem, porque
ouvi alguém dizer 'pega o facão'", relatou.
Os bombeiros, segundo Ribeiro, duvidaram que ele era professor de história e
Os bombeiros, segundo Ribeiro, duvidaram que ele era professor de história e
pediram então que ele falasse sobre a Revolução Francesa. "Tive de falar da
ascensão da burguesia na França, da queda da Bastilha em 1789 e das
diferentes fases da revolução para que eles acreditassem", conta.
Segundo o Corpo de Bombeiros, as equipes que passavam no local
Segundo o Corpo de Bombeiros, as equipes que passavam no local
evitaram o linchamento e prestaram os primeiros socorros. "Em nenhum
momento houve desrespeito ou deboche na ação dos bombeiros",
afirmou a corporação.
A Polícia Militar chegou em seguida e, diante da afirmação do dono do bar
A Polícia Militar chegou em seguida e, diante da afirmação do dono do bar
de que se tratava de um dos três criminosos que haviam roubado
R$ 480 do estabelecimento, encaminharam Ribeiro ao 101.°DP (Jardim Embuias),
onde ele foi indiciado por roubo. Antes, o professor foi levado ao pronto-
socorro. "Dormi uma noite neste DP, dividindo a cela com outro preso, apesar
de ter curso superior. Só no outro dia que fui levado para outra delegacia,
onde dormi em uma cela sozinho antes de conseguir a liberdade provisória",
contou.
Procedimento. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que
Procedimento. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que
o professor foi preso em flagrante "em cumprimento do artigo 302 do Código
Penal, já que a vítima o reconheceu como um dos participantes do
roubo ao estabelecimento comercial em duas oportunidades" e que a polícia
não pode identificar quem bateu no professor porque as pessoas se dispersaram
com a chegada da viatura. Ainda de acordo com a SSP, o delegado André
Antiqueira, titular do 101º DP, "se coloca à disposição para ouvir em depoimento
quem tenha novas informações para acrescentar à investigação".
Nesta quarta-feira, 2, Ribeiro vai registrar boletim de ocorrência por
Nesta quarta-feira, 2, Ribeiro vai registrar boletim de ocorrência por
tentativa de homicídio por parte do dono do bar, identificado como Djalma
dos Anjos Nonato. "Eu via esse tipo de caso nos jornais e na TV, mas a
gente nunca acha que vai acontecer conosco. A dor que fica é a psicológica.
Tive muito medo de ficar preso por meses e não conseguir dar aula", disse
Ribeiro.
A reportagem não conseguiu contato com Nonato.
Via Blog Barriguda News
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