domingo, 27 de julho de 2014

Consequências ainda existem após cem anos da Primeira Guerra

João Araújo, professor do Departamento de História, fala sobre a Primeira Guerra Mundial – Foto Wilson Moreno 
João Araújo, professor do Departamento de História, fala sobre a Primeira Guerra Mundial – Foto Wilson Moreno

O início da Primeira Guerra Mundial completa 100 anos amanhã, 28. Apesar de tanto tempo, muitos dos conflitos existentes hoje são consequências desse combate e, mesmo assim, o motivo que levou à guerra ainda é desconhecido, embora existam especulações.

O professor do Departamento de História da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), João Araújo, diz que “o conflito de 1914 tem extrema importância para a época de hoje. Conflitos regionais que existem na África, no Leste Europeu e no Oriente Médio são consequências da Primeira Guerra Mundial”.

O professor cita como herança desse conflito a divisão da população árabe em vários Estados, pelo Império Turco Otomano. Essa divisão quebrou o compromisso que a Inglaterra, a aliada do Império, tinha de fortalecer o Estado Árabe, mas que acabou sendo transformado em vários Estados fracos.

João Araújo enfatiza que o termo Primeira Guerra Mundial só foi conhecido após a Segundo Guerra Mundial, antes disso, o conflito era conhecido como a Grande Guerra, devido ao poder destrutivo e a violência empregada no embate. “Ninguém acreditava que haveria outra, porém houve a segunda, ainda mais destrutiva, selvagem e generalizada que a primeira”, frisa.

Segundo o professor, ainda são discutidos os motivos que levaram à 1ª GM e quem começou. “A Segunda Guerra tem muita clareza que quem iniciou e sabe-se por que a guerra começou”, fala.

Um possível estopim para o conflito teria sido o assassinato de Fernando da Áustria, arquiduque e herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, por um terrorista sérvio. Por causa do assassinato, a Áustria declarou guerra à Sérvia. Até então, o combate tinha tudo para ser localizado. No entanto, embora não fosse divulgado, era comum às grandes nações europeias fazerem alianças secretas.

A Sérvia tinha um tratado com a Rússia. “Caso fosse agredida, a Rússia entraria com auxílio”, explica João Araújo. A Rússia, por sua vez, tinha o mesmo acordo com a França e a Inglaterra. Esses dois últimos tinham razões para lutar contra a Alemanha, a aliada do Império Austro-Húngaro. A França já tinha perdido território importante para a Alemanha e a Inglaterra já havia sido superada por ela. Ambas usaram a Rússia como justificativa para entrar no combate. Outros aliados locais e colônias pertencentes aos dois lados também entraram na briga. “O Conflito que seria localizado tornou-se generalizado, mas europeu. Mas não se explica porque durou quatro anos e por que foi tão destrutivo. Ninguém sabia por que estava se lutando. Antes havia guerra para dominar território ou pagar tributos”, afirma o professor.

Como na época não existiam armas ofensivas como os mísseis, e os tanques estavam em fase de desenvolvimento, a arma mais temida eram os gases, porém não tão eficientes, já que dependendo da direção do vento poderia voltar para quem o usou. Dessa forma, era muito difícil destruir uma área defendida e desalojar o inimigo. O professor destaca como arma mais poderosa a metralhadora, que foi criada pelos europeus para lutar contra os africanos, que para eles era um povo inferior. O uso dessa arma voltou-se contra a própria Europa. “Eram três grandes nações em guerra, com exceção do império, eram grandes nações capitalistas, não existia limites, não existia acordo”, destaca João Araújo.

A Primeira Guerra Mundial, que começou em 28 de julho de 1914, terminou quatro anos depois, em 11 de novembro de 1918, e resultou na morte de cerca de 10 milhões de pessoas. “O fim não levou a nenhuma solução. Nenhum problema foi resolvido. Vinte e um anos depois surge a Segunda Guerra Mundial, que ao contrário da primeira, solucionou vários problemas”, ressalta o professor de História.

Do Jornal Gazeta do Oeste / Via Blog Comunicador Efectivo

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