sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

O que é a subvariante da ômicron e há razão para preocupação?

Via Blog do Heriberto Rocha

A variante ômicron altamente transmissível agora é responsável por metade das infecções por Covid-19 no mundo. Mas a ômicron é um termo abrangente para várias linhagens intimamente relacionadas ao SARS-Cov-2, sendo a mais comum a linhagem BA.1.

Agora, mais países, principalmente na Ásia e na Europa, estão registrando um aumento de casos causados ​​pela BA.2.

A BA.2 às vezes é chamada de subvariante "furtiva", porque não possui o marcador genético que os pesquisadores estavam usando para identificar rapidamente se uma infecção era um caso de ômicron "regular" (BA.1 ) ou de delta.

Tal como acontece com outras variantes, uma infecção por BA.2 pode ser detectada por testes PCR e antígeno, mas eles só indicam se o caso é positivo ou negativo para Covid - não conseguem distinguir as variantes. Para isso, são necessárias mais verificações.

A BA-2 parece ser mais transmissível do que as variantes anteriores, mas, felizmente, nenhum dado até o momento sugere que seja mais grave.

Então, quão preocupados devemos estar com essa variante emergente? Confira o que sabemos sobre ela.

O que é a BA.2?

À medida que os vírus se transformam em novas variantes, às vezes eles se dividem ou se ramificam em sub-linhagens. A variante delta, por exemplo, é composta por 200 subvariantes diferentes.

O mesmo movimento ocorreu com a ômicron, que inclui as linhagens BA.1, BA.2, BA.3 e B.1.1.529.

A BA.1 responde pela maioria dos casos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 99% do DNA viral submetido ao banco de dados global GISAID (em 25 de janeiro de 2022) foi sequenciado como essa subvariante.

Não está claro onde ela se originou, mas a BA.1 foi detectada pela primeira vez em novembro, em sequências carregadas no banco de dados das Filipinas.

Onde a BA.2 está se espalhando?

Desde novembro, 40 países adicionaram milhares de sequências BA.2 aos seus bancos de dados.

Segundo a OMS, a subvariante já está se tornando dominante nas Filipinas, Nepal, Catar, Índia e Dinamarca. Em alguns lugares, seu crescimento foi acentuado.

Segundo o Instituto Estatal Serum da Dinamarca, cerca de metade dos novos casos de covid-19 do país é causada ​​por BA.2.

A Índia é outro país onde BA.2 está substituindo rapidamente as variantes delta e ômicron BA.1, segundo levantamento conduzido pelo biólogo molecular Bijaya Dhakal.

O Departamento de Saúde das Filipinas (DOH, na sigla em inglês) disse que a sub-linhagem BA.2 já era predominante nas amostras recebidas no final de janeiro.

E, na Inglaterra, mais de mil casos confirmados de BA.2 foram identificados, conforme a Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA, na sigla em inglês).

Ela foi designada como uma "variante sob investigação" pelas autoridades de saúde britânicas, o que significa que eles a estão acompanhando de perto, mas neste momento não estão muito preocupados com ela.

As infecções por BA.2 na Alemanha também estão crescendo mais rápido do que a BA.1 e a delta, de acordo com Meera Chand, diretora de covid-19 da UKHSA.

A BA.2 é mais transmissível?

Um estudo com 8,5 mil famílias e 18 mil indivíduos conduzido pelo Instituto Estatal Serum da Dinamarca descobriu que BA.2 era "significativamente" mais transmissível do que BA.1. Ela infectou com mais facilidade indivíduos vacinados e com doses de reforço do que as variantes anteriores, segundo o estudo, embora as pessoas vacinadas tenham mostrado menos probabilidade de transmiti-la.

Outro estudo, do Reino Unido, também encontrou maior transmissibilidade para BA.2 em comparação com BA.1.

Mas uma avaliação preliminar não encontrou evidências de que as vacinas seriam menos eficazes contra doenças sintomáticas para qualquer uma das subvariantes.

A BA.2 é mais perigosa?

Não há dados que sugiram que BA.2 leve a uma doença mais grave do que as subvariantes anteriores da ômicron.

"Observando outros países onde a BA.2 está agora ultrapassando a (BA.1), não estamos vendo nenhum aumento maior na hospitalização do que o esperado", disse Boris Pavlin, da Equipe de Resposta à COVID-19 da OMS, na terça-feira (2/2).

Pavlin acrescentou que, mesmo que a BA.2 substitua a BA.1, isso pode ter pouco efeito na trajetória da pandemia e na forma de tratar as pessoas.

"É improvável que seu impacto seja substancial, embora sejam necessários mais dados", disse ele.

Assim como nas variantes anteriores, os especialistas acreditam que as vacinas continuarão sendo altamente eficazes contra doenças graves, hospitalização e morte.

"A vacinação oferece profunda proteção contra casos graves, inclusive para a ômicron", disse Pavlin.

Chand, do Reino Unido, acrescentou: "Até agora, não há evidências suficientes para determinar se a BA.2 causa uma doença mais grave do que a BA.1, mas os dados são limitados e a UKHSA continua investigando".

"Devemos permanecer vigilantes e tomar as vacinas. Todos devemos continuar a nos testar se sintomas aparecerem".

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