terça-feira, 1 de julho de 2014

Crítica: Beijo Gay em "Família" não convence


O tão comentado e esperado beijo entre Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Müller) foi exibido no capítulo da última segunda-feira (30) na novela "Em Família". A impressão que se teve foi de que o selinho da dupla foi uma espécie de "cala boca" na mídia e na torcida do casal nas redes sociais chamada de "Clarina".

O beijo levado ao ar não rompe nenhum tabu como o de Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) em "Amor à Vida". O próprio Manoel Carlos já havia criado um selinho entre duas personagens femininas na novela "Mulheres Apaixonadas", em 2003. Na época, outra Clara - a estudante interpretada por Alinne Moraes - beijava a namorada Rafaela (Paula Picarelli) na encenação de "Romeu e Julieta" na apresentação de final de ano da escola.

Em 2011, o SBT foi muito mais além ao fazer as personagens de Luciana Vendramini e Gisele Tigre protagonizarem um verdadeiro beijo lésbico em "Amor e Revolução".

A cada novela nova, a Globo aumenta o número de gays ou o destaque dado à tramas envolvendo homossexuais. É, sem dúvida, o reflexo da sociedade atual - por mais que a ala conservadora se recuse a aceitar.

No entanto, não adianta a emissora "pagar" de moderninha tentando fazer com que se discuta os direitos dessa minoria se lhe falta coragem para explorar a fundo o tema.

Até aqui, o romance entre Clara e Marina em nada se parece com a realidade. Desde que a irmã de Helena (Júlia Lemmertz) colocando um ponto final com Cadu (Reynaldo Gianecchini) para deixar o caminho livre para a fotógrafa, a relação não evoluiu.

De lá para cá, a dupla passou a viver um namoro pueril que em nada se parece com uma relação entre duas mulheres adultas. Com medo da recepção de parte do público, o casal só namora de mãos dadas e trocam olhares apaixonados. O máximo que chegaram antes do selinho foi um roçar de pernas debaixo de uma mesa.

O receio chegou a tal ponto que o roteiro da cena levada ao ar não continha um beijo entre as noivas. O texto assinado por Manoel Carlos dizia que Clara daria, apenas, um abraço na companheira após receber o pedido de casamento.

Em um lapso de sensatez, a direção chegou à conclusão que não haveria como uma pessoa aceitar um pedido desses sem trocar um beijo.

É uma pena que as personagens que construíram a relação mais verdadeira de "Em Família" tenham um tratamento tão superficial. Se a emissora não tem coragem de contar a história de amor entre duas mulheres com todos os ingredientes que se tem direito, deveria explorar o tema de outra forma. Seria muito mais coerente se o casal tivesse seu final feliz apenas no último capítulo.

Ao tentar satisfazer os barulhentos internautas sem se "queimar" com os telespectadores mais conservadores, a direção conseguiu estragar a única história que fazia sentido na novela "Em Família". Até Hebe Camargo deu selinho mais gay e mais emocionante que o beijo de "Clarina".

Do Entretenimento MSN / Via Blog Umarizal em Fotos

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