segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Sem Campos, PSB cria polo de poder em São Paulo

Edson Silva/ Folhapress

Estadão - A crise política e o clima conflagrado entre governo e oposição terão uma pequena trégua nesta semana, quando se completa o primeiro aniversário da morte do ex-governador pernambucano Eduardo Campos. A próxima quinta-feira, dia 13, marca um ano do acidente fatal com o avião em Santos, no litoral paulista. Campos morreu em plena campanha presidencial e desde então o PSB, partido que ele comandava de forma centralizadora, enfrenta um processo de disputas internas, perdeu a unidade e tem atuação difusa no Congresso.

Embora mantenham um centro de poder em Pernambuco – onde estão à frente do governo do Estado e da prefeitura da capital – os afilhados políticos do ex-governador estão atualmente isolados na máquina partidária. O núcleo de comando da sigla se deslocou do Recife para São Paulo e hoje seu nome mais influente é o vice-governador paulista Márcio França. A casa da viúva de Campos, Renata Campos, no bairro Dois Irmãos, no Recife, se tornou uma parada obrigatória de todos os debates políticos nacionais da sigla, mas o pessebista mais influente hoje na estrutura da legenda é mesmo França. 

O governador pernambucano, Paulo Câmara, e o prefeito da capital, Geraldo Julio, acabaram isolados no partido depois que o senador Fernando Bezerra Coelho (PE) e o presidente nacional, Carlos Siqueira, se alinharam com ele. Na prática, isso significa que o PSB nacional está mais afinado com o projeto de poder do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Se o tucano conseguir ser o candidato à Presidência pelo PSDB em 2018, França assumirá o governo do Estado e poderá tentar a reeleição. 

Não foi por acaso que o partido adotou um tom moderado em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff e não embarcou na defesa de uma nova eleição presidencial, como querem os tucanos ligados ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). Um novo pleito antes de 2018 faria do senador mineiro o candidato natural e frustraria os planos de Alckmin.

O vácuo deixado por Campos pode ser notado também no Congresso. Segundo análise das votações em plenário da Câmara feita pelo Estadão Dados, o partido é, hoje, o terceiro colocado no ranking da legendas mais “dispersas” da Casa. Ou seja: as menos coesas na hora votar. Em primeiro e segundo lugar estão respectivamente o PP e o PTB. 

Com 33 deputados, a bancada do PSB não costuma seguir a orientação do seu líder. Questionados sobre o fenômeno, os quadros da legenda reconhecem que isso decorre da falta de uma referência nacional que unifique o discurso e defina a estratégia. “O PSB tem, hoje, duas posições. Uma mais histórica, que defende a aproximação com o governo federal, e outra mais moderna, que é de oposição. Com Eduardo, a postura era mais unificada. Da Luiza Erundina (SP) ao Heráclito Fortes (PI), todos respeitavam a posição dele”, avalia o vice-governador de São Paulo, Márcio França. “Não há no PSB uma liderança nacional. Isso não se fabrica, mas se forja na luta política”, concorda o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira. 

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Fonte: Macaíba No Ar http://ift.tt/1IXuom7

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