domingo, 17 de dezembro de 2017

CRIADA APÓS NAUFRÁGIO DE NAVIO NEGREIRO, COMUNIDADE QUILOMBOLA RESGATA RAÍZES CULTURAIS NO RN

Comunidade quilombola de Sibaúma foi criada há 400 anos, após naufrágio de navio negreiro (Foto: Lucas Cortez/G1) 

Com mais de 400 anos, quilombo da praia de Sibaúma mantém a capoeira e o coco de zambê.

Por Fany Carlos / G1

Localizada ao lado da paradisíaca praia da Pipa, em Tibau do Sul, no litoral potiguar, a comunidade quilombola Sibaúma desenvolve atividades para preservar a cultura afro-brasileira no Rio Grande do Norte, através do coco de zambê e da capoeira.

 Moradores da comunidade quilombola de Sibaúma, preserva cultura afro-brasileira no litoral do RN (Foto: Lucas Cortez/G1) 

Sérgio Caetano, de 39 anos, é representante social e comunitário do local. De acordo com ele, a história de Sibaúma teve início há mais de 400 anos, quando um navio negreiro naufragou e parte da tripulação conseguiu sobreviver e chegar à costa potiguar. Essa história vem sendo contada ao longo das gerações, e os registros, feitos pela sua avó, foram publicados em uma revista em 1969.

Ainda de acordo com o líder comunitário, no início, o local teve o nome de Libaúma e depois passou a se chamar Sobaúma, até chegar à atual Sibaúma. A comunidade conta com cerca de 900 habitantes e foi oficialmente reconhecida como quilombola em 2005, pela Fundação Palmares.
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Diversas atividades são desenvolvidas a fim de preservar a cultura do local, como a prática da capoeira entre os moradores da comunidade, promovida pelo grupo Herdeiros de Zumbi. Além disso, existe o Coco de Zambê Tambô Pau Furado, que resgata uma brincadeira herdada pelos antigos escravos através dos batuques de tambores. Nela, são entoados cantos improvisados e danças ritmadas, geralmente de baixo de uma árvore.

Com rica beleza natural e localizada ao lado de praias famosas, como Pipa, a comunidade tem um grande potencial turístico, reconhecido pelos próprios moradores. Mas Sérgio revela que a luta da comunidade é por um desenvolvimento turístico com responsabilidade, preservando a cultura, a história e os costumes locais.

Desse modo, João Maria, morador do quilombo, criou uma das únicas barracas de comidas e bebidas da praia, que tem como nome Tempero Quilombola. “Vivemos em uma praia turística, temos que conciliar nossa história com o turismo”, argumenta.

A pesca artesanal é um dos destaques da economia local. Diversos pescadores ficam em grupos na beira do mar. Quando identificam o cardume se aproximando, lançam a rede e buscam os peixes, que servem para o próprio consumo e venda na região.

Dia da Consciência Negra

O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado no dia  20 de novembro, e foi instituído oficialmente no ano de 2011. A data relembra a morte de Zumbi (1655 – 1695), o último líder do Quilombo dos Palmares, no atual estado de Alagoas, um dos mais importantes do período colonial no país.


Por Fany Carlos / G1

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