terça-feira, 5 de maio de 2015

Polícia já tem pistas de um suspeito

Magnus Nascimento
Mais de uma centena de pessoas, entre familiares, amigos e curiosos, acompanhou o adeus ao universitário Máximo Augusto
Mais de uma centena de pessoas, entre familiares, amigos e curiosos, acompanhou o adeus ao universitário Máximo Augusto

A Delegacia de Homicídios de Natal (Dehom), responsável pelas investigações relativas à morte de Máximo Augusto Medeiros de Araújo, de 23 anos, trabalha com a hipótese da participação de mais de uma pessoa no crime. O delegado Fábio Rogério Silva, que preside o Inquérito Criminal do caso, confirmou ontem à tarde aos familiares e amigos da vítima que estavam na Dehom/Natal para prestar depoimento, que pelo menos uma pessoa suspeita de participação no homicídio foi identificada, conforme diálogo acompanhado pela equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE. O delegado, porém, optou por não detalhar como o suspeito foi identificado, tampouco como teria sido sua participação no crime que comoveu o Rio Grande do Norte.

Ao longo do dia de ontem, o delegado e equipe de investigadores da Delegacia de Homicídios refizeram os últimos passos conhecidos por parentes e amigos do jovem assassinado, que desapareceu na manhã da sexta-feira passada, 1º de maio. Os locais visitados foram a Boate Vogue e o Motel Lacoste, ambos em Candelária, zona Sul de Natal. Nos dois estabelecimentos, o delegado ouviu funcionários. No segundo, além dos depoimentos, ele teve acesso ao conteúdo das filmagens do sistema de segurança eletrônico. “Não foi possível identificar, pelas imagens colhidas no motel, quem dirigia o carro na saída. Alguns funcionários viram o acompanhante da vítima apenas de perfil”, relatou Fábio Rogério Silva.

Os funcionários do motel relataram, ainda, que nenhuma ação suspeita foi identificada após a saída da vítima e do principal suspeito do crime, pois a entrada de casais homossexuais é comum no estabelecimento em decorrência da proximidade da boate. “Não houve, dentro do motel, briga, uso de arma ou tentativa de assalto”, comentou o delegado. Uma funcionária do Departamento Administrativo das Boates Vogue confirmou à TRIBUNA DO NORTE que não há imagens da movimentação da entrada e saída dos clientes no dia do desaparecimento de Máximo Augusto pois o sistema de monitoramento eletrônico está sendo substituído e as câmeras novas ainda não haviam sido instaladas no prédio.

A principal testemunha ocular dos últimos passos da vítima nas proximidades da Boate Vogue prestou depoimento ontem à tarde ao delegado Fábio Rogério Silva. O segurança, que atua na área de estacionamentos do entorno da casa noturna pediu para não ser identificado, mas detalhou o que viu. “Eu vi o rapaz saindo da boate e indo em direção ao carro. Na esquina, ele encontrou o rapaz com o capacete, conversaram e seguiram para o carro juntos. Perguntei se estava tudo bem e o menino que morreu disse que sim. Achei estranho, pois o rapaz com o capacete não se virava, só ficava de costas”, comentou o segurança.

Ele comentou, ainda, que não era possível detalhar o visual do suposto assassino pois estava escuro e o homem, de costas o tempo inteiro. Após entrarem no carro, ainda de acordo com a descrição do segurança, um dos mais antigos da casa noturna, a vítima dirigiu o carro em direção ao Motel Lacoste, localizado a menos de 100 metros da boate, ao lado de um terreno baldio. A possibilidade do crime ter sido ocasionado por homofobia não está  descartada.

O titular da Dehom, apesar de não ter delineado o segmento da investigação neste momento, avaliou a ação, inicialmente, como um latrocínio com requintes de crueldade. “Acho que o indivíduo que matou se aproveitou da situação da vítima, que estava em estado de embriaguez e, consequentemente, fragilizada, e fez o que fez”, assegurou Fábio Rogério Silva.

A Polícia Civil trabalha, também, para localizar onde foi para o veículo da vítima, assim como os documentos e o aparelho celular por ela utilizado. “Teve um segundo elemento nessa ação, disso eu tenho quase certeza. O homem que saiu com a vítima não agiu sozinho”, detalhou o delegado.

Cronologia
Os últimos momentos
A noite anterior ao desaparecimento do estudante Maximo Augusto Medeiros de Araújo, de 23 anos, seria mais uma de alegria e celebração junto aos amigos de Natal e Caicó. Nas redes sociais, horas antes de desaparecer, ele postou fotos ao lado de amigas, na qual se mostrava feliz. Reveja abaixo, conforme detalhamento da Polícia Civil, os últimos momentos conhecidos do jovem assassinado.

Quinta-feira, 30 de abril
à 11h30 - Máximo posta foto numa rede social ladeado por duas amigas. Eles seguem para a Boate Pepper´s Hall, em Ponta Negra;

Sexta-feira, 1º de maio
- 03h30 – Os amigos chegam à Boate Vogue, onde compram um litro de vodka e alguns energéticos, segundo relatos de amigos presente à casa noturna, e se divertem na área da música ao vivo;

- 04h20 – Os amigos mais próximos de Máximo Augusto deixam a boate;

- 04h30 – Máximo Augusto é visto fora da boate, por um do seguranças do complexo, conversando com um homem que segurava um capacete. Ambos entram no carro e seguem para um motel localizado logo atrás da boate;

- 06h15 – O carro de Máximo Augusto deixa o motel. Não se sabe quem dirigia. Nenhum sinal de violência é registrado dentro do estabelecimento;

- 10h – Os primeiros relatos de desaparecimento são publicados nas redes sociais. Fotos e vídeos do jovem viralizam e a busca por informações é compartilhada por milhares de pessoas. Familiares registram Boletim de Ocorrência por desaparecimento na Delegacia de Plantão Zona Sul, em Candelária;

Dia 02 de Maio
à Nenhuma informação do paradeiro do jovem chega aos familiares. Polícia não tem pista do que possa ter ocorrido. Documentos e carro do jovem não são localizados;

Dia 03 de Maio
- 10h30 – Um morador da Comunidade Arisco, distrito de São Gonçalo do Amarante, localiza um corpo num matagal da comunidade rural e aciona a Polícia Militar através do Ciosp. Policiais do 11º Batalhão isolam a área e peritos do Itep recolhem corpo em decomposição, despido e sem nenhuma identificação;

- 13h30 – Familiares de Máximo Augusto são chamados ao Itep na tentativa de reconhecer o corpo. Diante do avançado estado de decomposição e desfiguração pelas agressões, a identificação só foi possível através de exames de impressão digital;

-15h30 – Peritos e papiloscopistas do Itep/RN confirmam que o jovem encontrado morto é Máximo Augusto Medeiros de Araújo. Menções de pesar são publicadas nas redes sociais dos familiares e amigos;

- 16h – Corpo é encaminhado para necropsia e exames laboratoriais complementares;

Dia 04 de Maio
- 09h – Missa em memória do jovem morto é celebrada no Cemitério de Nova Descoberta. Centenas de pessoas acompanham a celebração debaixo de chuva;

- 10h – Corpo de Máximo Augusto é recebido no cemitério sob aplausos e cânticos religiosos. Caixão é levado diretamente para a sepultura.

- 15h – Familiares prestam depoimento na Dehom, na tentativa de ajudar Polícia Civil na identificação do(s) autor(es) do crime.

Da Tribuna do Norte / Via Blog Comunicador Efectivo

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