O superintendente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) espera que em dois meses o primeiro Veículo Leve sobre Trilho (VLT) esteja circulando no Estado. “Eu preciso de um prazo de, pelo menos, dois meses para entrar em operação a primeira máquina.
A empresa já está andando com os técnicos dela para treinar o nosso pessoal. Acredito que isso dure um mês. Depois, começa a fase de testes”, disse João Maria Cavalcanti, superintendente da CBTU.
Durante entrevista coletiva concedida na manhã desta quarta-feira (6), o superintendente também falou do andamento do projeto de modernização e ampliação do transporte sobre trilhos na cidade.
Na semana passada, a empresa que irá elaborar o projeto básico e executivo foi escolhida. De acordo com Cavalcanti, a empresa vencedora ofereceu R$ 5,4 milhões para a elaboração dos dois projetos, o menor preço entre as licitantes. Ele não soube especificar o nome da empresa, mas disse que era de Minas Gerais.
Ainda segundo o superintendente, a licitação ainda está na etapa de recurso. Isso significa que as demais concorrentes podem entrar com pedido de impugnação do resultado caso discordem da escolha e tenha base legal para argumentar contra a decisão da comissão de licitação.
Depois de vitoriosa, a empresa ainda terá mais um ano para elaborar os projetos. Só depois de concluídos os projetos básico e executivo é que se fará a licitação para iniciar as obras de substituição dos dormentes, trilhos, construção de viadutos, túneis e de 10 novas estações (atualmente são 22) e modernização das existentes.
Segundo Cavalcanti, o desejo da superintendência regional da CBTU era que tudo fosse licitado de forma integrada (projetos e obras) e por outro regime jurídico. “Queríamos que fosse feito pelo RDC [Regime Diferenciado de Contratação], mas a direção nacional decidiu por não fazer assim. Foi por um entendimento de lei feito por eles”, explicou. Dessa forma, as licitações serão feitas com base na lei 8.666 de 1992
O modo como a direção nacional escolheu fará a obra se alongar por ainda mais tempo. “Isso vai impactar, no mínimo, em um ano a mais”, disse Cavalcanti. Portanto, a previsão mínima é que pelo menos até 2017 o sistema urbano de trens na Grande Natal – com as linhas existentes – esteja modernizado.
Os recursos para a compra de duas novas locomotivas e 12 composições de VLT saíram do PAC Equipamentos. O total investido nessas novas máquinas é de R$ 154 milhões, sendo 12 composições de VLT no valor de R$ 144 milhões e as duas novas locomotivas ao custo de R$ 10 milhões. A empresa vencedora ainda tem um ano e meio para entregar todo esse maquinário.
Para as mudanças na infraestrutura urbana da cidade para acomodar os novos equipamentos, foram destinados R$ 311 milhões que serão investidos no sistema como um todo. Com esse recurso serão construídos, por exemplo, novos túneis e viadutos nas avenidas onde as linhas férreas se encontram com avenidas, como avenida Bernardo Vieira, Capitão-mor Gouveia e Mário Negócio. “Nesse caso, a Prefeitura é quem vai dizer o que é melhor para cada região, se é um túnel ou um viaduto”, informou.
João Maria Cavalcanti enfatizou também que as melhorias não implicam, pelo menos por enquanto, aumento de tarifa. Ele também explicou que as trocas de trilhos e dormentes também poderão ser feitas com o sistema em funcionamento.
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