sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Entenda como é feita a identificação de vítimas em acidentes de avião

Buscas e trabalho de investigação seguem nesta quinta-feira (14) após o acidente aéreo em Santos

Especialistas devem retirar amostras de DNA dos fragmentos dos corpos. Acidente de avião matou o candidato Eduardo Campos e outras 6 pessoas.

Em casos de acidentes aéreos como o que matou o presidenciável Eduardo Campos e outras seis pessoas nesta quarta-feira (13), o trabalho de identificação dos corpos começa logo em seguida à queda, com a coleta dos restos mortais.

“Pelo que vimos nos noticiários, o avião pegou fogo. Quando ocorre esse tipo de acidente, provavelmente não existem partes reconhecíveis dos corpos. Há uma fragmentação e isso se espalha até distâncias bastante grandes”, diz Edna Miazato Iwamura, professora e pesquisadora responsável pelo Laboratório de Patologia Molecular da Escola Paulista de Medicina (Unifesp). Nesses casos, a identificação envolve testes de DNA.

Primeiro, a equipe responsável pela coleta dos fragmentos no local do acidente deve reconhecer o que é tecido humano em meio aos destroços. Essa tarefa pode ser difícil, segundo Edna, devido à mistura dos corpos com outros materiais, como fuligem e concreto.

Em seguida, os restos mortais são encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML), onde a Polícia Técnico-Científica seleciona os fragmentos em que é possível obter amostras de material genético, que são enviados para o Laboratório de DNA da Polícia Técnico-Científica. “Para cada indivíduo, várias amostras são coletadas e enviadas”, diz Edna.

Muitas vezes, os testes precisam ser repetidos por causa da presença de fuligem, tinta, combustível ou outros produtos químicos que dificultam a obtenção do DNA puro. Os testes revelam perfis genéticos que se repetem, o que permite distinguir um indivíduo do outro.

Amostras de sangue dos parentes das vítimas também são coletadas, o que permite identificar o perfil genético da família. “Os parentes podem fornecer amostras onde estiverem. Uma gota de sangue do dedo é suficiente”, diz Edna. A comparação desses resultados com os testes feitos nos restos mortais é o que vai permitir a identificação dos corpos.

A especialista calcula que os resultados definitivos dos testes, no caso do acidente desta quarta-feira, podem levar de três a cinco dias, “com muita gente trabalhando sem horário de restrição”.

Investigação direcionada

O médico legista Marco Aurélio Guimarães, professor do Centro de Medicina Legal da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), observa que o acidente em questão tem uma lista de vítimas definida. “Isso torna a investigação mais direcionada, o que faz com que os resultados sejam mais promissores”, diz. Apesar disso, a fragmentação dos corpos pode tornar o processo mais lento.

“As pessoas que estão trabalhando na perícia têm que vasculhar a área e cada fragmento de tecido corporal tem que ser recolhido em pacote isolado. Cada fragmento tem que ser tratado como se fosse individualmente uma pessoa”, explica Guimarães. Ele acrescenta que vários testes são feitos no mesmo indivíduo, pois não se pode correr o risco de entregar fragmentos trocados para as famílias das vítimas.

Se os corpos estiverem inteiros, segundo Guimarães, a identificação pode ser feita pela impressão digital, quando a pele da mão estiver preservada.

Se os arcos dentários estiverem preservados, é possível também compará-los a prontuários odontológicos das vítimas para fazer a identificação. Outras características, como a presença de placas metálicas ou parafusos no corpo, por exemplo, também podem ajudar na identificação, caso seja possível comparar o raio-x do corpo com um raio-x da vítima em vida.

Do G1
Foto: Nelson Almeida/AFP

Via Blog do Sargento Andrade

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