sexta-feira, 18 de abril de 2014

Idosa não toma banho e nem pega em dinheiro na sexta-feira santa


Para muitas pessoas a sexta-feira santa é considerada um dia sagrado, tanto que muitas atividades diárias como tomar banho e limpar a casa não podem ser realizadas neste dia. Um costume popular que ainda é mantido pela aposentada Maria de Lurdes de Sousa, 83 anos, moradora da Zona Norte Teresina. Ao G1, ela contou que a tradição vai além porque também não pega em dinheiro.

Maria de Lurdes, que é natural de São João do Piauí, a 486 Km de Teresina, aprendeu na infância que os católicos fazem penitências durante a sexta–feira santa como uma forma de sacrifício pela morte de Jesus Cristo.

“Minha avó tinha este costume de não limpar a casa, não tomar banho e fazer jejum. Ela passou estes gestos para minha mãe que ensinou seus filhos e eu mantenho até hoje. Eu lavo as mãos e também por trás do pescoço, mas não pego em dinheiro neste dia. O que tiver que comprar, adquiro até a quinta-feira. Também não fico com três moedas de pratas em minhas mãos, pois foi por três moedas de pratas que Judas trocou Jesus”, disse a idosa.

A aposentada lamentou o fato de não ter condições físicas para continuar fazendo o jejum. Segundo ela, o ato de deixar de comer deve ser feito por duas pessoas porque assim cada uma passa a ser a testemunha do sacrifício da outra.

“É um costume católico no sentido de reverenciar a memória de Cristo, de não esquecer o sacrifício vivo dele, que derramou seu sangue por todos nós na cruz para nos salvar dos nossos pecados, mas infelizmente por conta da idade e porque as pessoas não querem mais jejuar, eu tive que deixar de fazer o ato”, disse a idosa.

Maria de Lurdes também tira algumas horas do dia durante a Quaresma para fazer uma oração. Ela caminha por 20 minutos até a residência da comadre onde, há 20 anos, elas rezam o terço e cantam canções de louvor a Jesus Cristo. “Fazemos esta penitência da quarta-feira de Cinzas até o sábado de aleluia”, comentou.

Segundo o padre Nilton Pereira, não há nenhuma recomendação por parte da Igreja Católica para o fato dos fieis deixarem de tomar banho, limpar a casa e não pegar em dinheiro. “Nesta época, a espiritualidade é muito forte e neste período as pessoas associam o dinheiro ao fato de Judas ter vendido Jesus. As pessoas têm este costume de não pegar em dinheiro, mas não é bíblico", disse o pároco.

Sobre o jejum, o religioso afirmou que atualmente a Igreja Católica não usa as palavras obrigação e proibição. Ela apenas aconselha a abstinência de carne vermelha como gesto de conversão.

“O jejum foi uma orientação da Igreja porque está entre os seus mandamentos. É uma tradição que surgiu na idade antiga e se consolidou na Idade Média, época em que pessoas humildes raramente provavam carne. Na época, o povo vivia em terras alheias e a carne vermelha era consumida só nas cortes e nas residências dos nobres”, explicou.

Do G1 / Via Blog Umarizal em Fotos

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