terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Voto no RN é mais caro do que nos estados ricos, diz levantamento de ONG


O custo do voto no Rio Grande do Norte na campanha de governador de 2010 foi mais caro do que os estados mais ricos da federação. A constatação é de estudo da ONG Transparência Brasil, conhecida pelo combate à corrupção. Os dados dos 171 candidatos, tabulados na íntegra pela reportagem, podem ser acessados AQUI.

A metodologia para estabelecer o custo do voto é simples. O levantamento leva em consideração a relação entre o total de receitas obtidas – e declaradas – e o número de votos que os candidatos conseguiram.

No RN, os dois principais postulantes da campanha de 2010, Iberê Ferreira (PSB) e Rosalba Ciarlini (DEM), tiveram o preço do voto fixado em R$ 13,42 e R$ 8,24, respectivamente.

Os valores estão acima dos R$ 6,85 fixados para Geraldo Alckmin (PSDB-SP); dos R$ 6,70 de Sérgio Cabral (PMDB-RJ); dos R$ 7,21 de Antonio Anastasia (PSDB-MG) e dos R$ 2,81 de Tarso Genro (PT-RS), todos governadores eleitos dos Estados mais ricos do Brasil.

Para se ter ideia da disparidade, apesar de ter o voto mais caro que essas unidades da federação, o RN tem um PIB de R$ 36 bilhões (18º entre os 27), enquanto São Paulo produz R$ 1,3 trilhão; o Rio de Janeiro soma R$ 462 bilhões; Minas Gerais, R$ 386 bi, e Rio Grande do Sul produz R$ 263 bilhões.

A tendência observada quando se olha para os Estados mais pobres do Brasil é de que custo de voto mais elevado. Em Roraima, Confúcio Aires (PMDB) se elegeu com um voto custando R$ 14,91. Em Tocatins, 24º PIB do Brasil, José Wilson Siqueira (PSDB) foi eleito após investimentos que resultaram em R$ 45,64 o custo do voto.

Caixa 2
Para o cientista político Antonio Spinelli, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, é preciso considerar primeiramente que os dados em questão estão subestimados.

“É preciso considerar em um primeiro olhar que há uma subestimação. É mais do que provável que a maioria dos candidatos tenha gasto mais do que declarou à Justiça Eleitoral, porque a prática do caixa 2 é quase generalizada”, opinou o cientista.

Spinelli analisa ainda que uma tese provável que justifique os números seja a do controle do voto. “Nos estados mais pobres se gasta mais é porque a venda de votos é mais generalizada. Há um maior controle do voto por parte das chefias políticas, principalmente nos municipios do interior”, destacou.

A visão estigmatizada sobre os estados mais pobres, entretanto, não deve prevalecer, conforme defendeu o próprio cientista. “Não se pode dizer que corrupção é monopólio dos pobres, porque agora mesmo há em curso uma investigação desvios no governo de São Paulo”.

Fonte: Portal no Ar / Via Blog do Gilberto Dias

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