Jovens pedem esclarecimento de morte de jovem gay
(Foto: Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão Conteúdo)
17 de JANEIRO de 2014 - Manifestantes ligados ao movimento LGBT protestavam
na
noite desta sexta-feira (17), no Centro de São Paulo, pedindo o esclarecimento
da morte de um adolescente gay no fim de semana. Kaique Augusto dos Santos,
de 17 anos, foi encontrado morto sob o Viaduto Nove de Julho, no Centro de São
Paulo, no sábado (11).
Investigação preliminar da polícia indica que o jovem cometeu suicídio. O estado
do corpo do jovem, porém, levou sua família a acreditar que ele foi assassinado.
"Arrancaram todos os dentes e espancaram muito a cabeça dele. Ele foi vítima de
homofobia. Nós acreditamos nisso. Não tem prova, mas a gente acredita que foi
isso", disse Tainá Uzor, irmã do jovem.
Os parentes da vítima ficaram dois dias procurando o rapaz em hospitais e no
Instituto Médico Legal (IML). Por estar sem documentos, o corpo ficou até
terça-feira (14) no IML como indigente.
Nesta sexta, amigos e militantes protestavam no Largo do Arouche. Além de
homenagear Kaique, pediam o fim da homofobia. Thiago dos Santos Duarte, 21
anos, afirma que esteve com o jovem horas antes de o adolescente ser encontrado
morto. Ambos estavam na "Festa dos Pesados", promovida pelo espaço PZA, casa
noturna no Centro de São Paulo, na noite do dia 11.
Thiago revela que se despediu de Kaique por volta de 6h30 de sábado e viu o
garoto ir embora sozinho. "Ele estava feliz, alegre, super sorridente", recorda.
Thiago afirma que Kaique havia consumido bebida alcoolica durante a balada,
mas não estava embriagado quando saiu. "Ele tinha bebido, mas estava
consciente." O rapaz rechaça a hipótese de suicídio levantada pela Polícia Civil.
"Ele não tinha motivos para isso."
Um dos responsáveis pelo ato, o funcionário público Gedilson dos Santos Procópio
da Silva, de 28 anos, disse que quer que a Secretaria da Segurança Pública (SSP)
responda a uma série de questões sobre o caso. Os manifestantes pretendem ir até
o Viaduto Nove de Julho, onde o jovem morreu, e seguir até a sede da SSP, também
no Centro. “Nós queremos saber o que aconteceu com ele (Kaique). Resolvemos
criar o ato por causa de ele ser gay. Existe indícios de que tenha sido um ato
homofóbico.”
Manifestantes durante ato contra a homofobia no Centro de SP
(Foto: Lívia Machado/G1)
Lívia MachadoDo G1 São Paulo
Retirado do G1 / Via Blog Ideias & Fatos
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