quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Ex-diretor de presídio é suspeito de usar cartão de crédito de detento

Gestor do pavilhão 5 de Alcaçuz teria comprado bomba d'água por R$ 815. Promotores acusam dois ex-diretores, já afastados, de corrupção passiva.



Um ex-diretor da penitenciária Rogério Coutinho Madruga é suspeito de ter utilizado o cartão de crédito de um preso para comprar uma bomba d'água para a unidade prisional, conhecida como pavilhão 5 do presídio estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na Grande Natal. A acusação está em uma das duas denúncias oferecidas pelo Ministério Público doRio Grande do Norte à Justiça no último dia 13 de janeiro. Os processos envolvem os nomes de dois ex-diretores da penitenciária, suspeitos de terem pedido, e em alguns casos, recebido dinheiro para dar regalias aos presos José Welton de Assis e Walker Araújo da Silva.

Afastados dos cargos depois que a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc) tomou conhecimento dos indícios, os dois denunciados já respondem a processos administrativos. Segundo a assessoria de imprensa da Sejuc, os dois foram transferidos para outras unidades prisionais, onde trabalham atualmente como agentes penitenciários. Na denúncia, o Ministério Público pede o afastamento dois dois de suas atuais funções e pede a condenação de ambos por corrupção passiva.

Acusado em processos de assalto e tráfico de drogas, o apenado José Welton de Assis recebia benefícios como ficar fora da cela para trabalhar na unidade e circular livremente pela penitenciária. Conforme a denúncia, o detento teria pago R$ 15 mil a pedido de um dos ex-diretores para ser transferido do sistema carcerário do Rio Grande do Norte para o de Sergipe, estado onde nasceu o preso. Antes disso, segundo o MP, ex-diretor teria solicitado e recebido o pagamento de R$ 5 mil para retirar o preso da cela e colocá-lo para trabalhar na unidade. O dinheiro foi depositado pelo advogado do apenado.

Depois disso, um novo diretor assumiu a penitenciária e marcou uma reunião com os presos que trabalhavam na unidade. Em depoimento prestado à Comissão Especial de Processo Administrativo da Sejuc e transcrito na denúncia, o preso José Welton afirma que durante o encontro o diretor teria dito que ele "podia ficar tranquilo, que podia trabalhar, mas que (...) deveria ajudá-lo". A ajuda em questão era o pagamento de R$ 10 mil para a compra de uma motocicleta. Segundo disse em depoimento, o apenado respondeu que não tinha o dinheiro, mas pagaria R$ 1 mil por semana ao diretor.
Bomba d'água foi comprada com cartão de crédito
de preso (Foto: Reprodução/Ministério Público)

Bomba d'água

O diretor também solicitou ao apenado a compra de uma bomba d'água para a penitenciária. O equipamento foi pago com o cartão de crédito do preso Walker Araújo no valor de R$ 815,80, conforme mostra nota fiscal anexada ao processo. A compra da bomba, segundo o MP, funcionaria "como uma suposta troca por saídas desautorizadas em benefício dos custodiados, sob pena de sofrerem represálias caso não atendessem as demandas ordenadas", diz a denúncia.

O Ministério Público aponta ainda outra proposta feita pelo novo diretor da unidade. Garantindo a transferência do apenado para Sergipe, o agente penitenciário pediu R$ 50 mil ao detento em troca da progressão para o regime de prisão domiciliar do apenado. Como não aceitou a proposta, José Welton afirmou em depoimento que passou a sofrer represálias. Em depoimento, a filha do detento conta que confirmou a perda de regalias do pai com a mulher de José Welton. Ele teria parado de receber visitas.

O MP acrescenta que as ameaças continuaram e um dos ex-diretores da penitenciária chegou a ir até o Centro de Detenção Provisória (CDP) da zona Sul de Natal, onde o preso estava custodiado à época, para falar com José Welton. A entrada do ex-diretor do pavilhão 5 de Alcaçuz não foi autorizada pelos agentes penitenciários.

Transferido depois para a ala de readaptação do Presídio de Alcaçuz, José Welton relata ter sofrido agressões e cortes de lâmina de barbear de dois outros detentos. A represália teria sido encomendada por um preso que soube das denúncias de José Welton contra os ex-diretores da penitenciária Rogério Coutinho Madruga.

*Do G1-RN / Via Blog Umarizal News

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